PAC: teste de paciência para quem trafega pelas rodovias brasileiras

Do Hoje em Dia
02/11/2012 às 07:20.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:48

É bom saber que a presidente Dilma Rousseff planeja completar até o fim de 2014 investimentos de R$ 708 bilhões do segundo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), lançado há dois anos. O Brasil precisa de melhorias urgentes em setores administradas pela União. Quem transita por nossas estradas federais percebe que não é possível esperar muito tempo mais, mas a experiência aponta para a necessidade de uma dose redobrada de paciência dos mineiros.

Até agora, o ritmo dos investimentos federais em Minas tem ficado aquém do necessário. Dos R$ 53 bilhões previstos pelo PAC 2 para o Estado, entre 2011 e 2014, pouco se gastou na concretização dos projetos. No balanço divulgado ontem por este jornal, verifica-se que dentre as 23 obras viárias previstas, com investimentos calculados em R$ 10,5 bilhões, só foi concluída uma – a duplicação da BR-262, entre Betim e Nova Serrana.

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, procurou dar novo alento aos mineiros, ao visitar o governador Antonio Anastasia, na última quarta-feira, para anunciar o início das obras de duplicação do trecho da BR-381, localizado entre a capital e Governador Valadares, principal cidade do Vale do Rio Doce e entroncamento importante dessa rodovia com a Rio-Bahia. Mas o começo das obras está previsto só para o primeiro trimestre do próximo ano.

Serão 13 lotes de obras, seis dos quais deverão estar com as licitações concluídas até o fim deste mês. É difícil acreditar, mas o ministro afirmou que o trecho de 303 quilômetros estará duplicado em três anos, até o final de 2015, a um custo estimado em R$ 3,8 bilhões. Nesse trecho, a BR-381 atravessa uma região montanhosa e com grandes rios, o que exigirá a construção de uma centena de túneis, pontes e viadutos. A engenharia brasileira está capacitada para fazer tudo isso no período previsto, desde que haja recursos disponíveis, em quantidade suficiente para assegurar o ritmo das obras.

O que se espera é que o projeto, que demorou tanto para ser aprovado, garanta uma rodovia moderna, não uma estrada incapaz de atender às exigências atuais e às previsíveis para os próximos anos. O histórico da BR-381 não é animador. A rodovia já nasceu velha, embora tenha sido inaugurada precocemente, em 1959, dois anos de sua conclusão, pelo então presidente, Juscelino Kubitschek. Não queremos que Dilma Rousseff siga esse mau exemplo de um bom presidente brasileiro – e seu conterrâneo mineiro.

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