Após idas e vindas, o MDB mineiro vai reavaliar a possibilidade de lançar candidatura própria ao governo de Minas Gerais neste ano. Nos últimos dias, voltou a surgir no partido a ideia de abandonar a aliança com o governador Fernando Pimentel (PT) e partir para uma candidatura própria com o deputado federal Rodrigo Pacheco. A decisão tem até data para ocorrer: 17 de março. Emedebistas se reunirão para votar, informalmente, se escolhem Pimentel ou Pacheco.
O movimento pela candidatura própria foi ressuscitado quando o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (MDB), principal fiador da aliança com o governador, declarou que é uma hipótese crível lançar um nome da legenda para a cabeça de chapa. Até então, o grupo de Pacheco era minoritário dentro do partido. A maior parte das bancadas estadual e federal já tinha avalizado o apoio a Pimentel. Pacheco inclusive estava de malas prontas para o DEM, a convite do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também comandante nacional da sigla.
Mas o gesto de Adalclever embananou o cenário. Rapidamente, o presidente do MDB em Minas, vice-governador Antonio Andrade, rival de Pimentel, convocou uma reunião com os 46 coordenadores regionais do partido. Comparecem 40, que assinaram um manifesto pela candidatura própria do partido. E levaram em consideração justamente a declaração do presidente da Assembleia. “Considerando a declaração recente do nosso presidente da Assembleia Legislativa de Minas, deputado Adalclever Lopes, que nosso caminho é a candidatura própria; considerando que esta posição do líder do legislativo mineiro, responsável pela fiscalização do governo atual, decreta o fim deste desgoverno em Minas...”, diz trecho do documento assinado pelos coordenadores.
O MDB está de novo dividido. Pode ser que a divisão reflita apenas o desconforto de Adalclever com o governador Fernando Pimentel, em função das rusgas com o secretário de Governo, Odair Cunha (PT). Se for isso, no dia 17, o MDB pode manter-se ao lado do petista, mas deixando claro o recado.
Ou pode ser que, de fato, os emedebistas viram em Pacheco a possibilidade de ocupar o Palácio da Liberdade. Nesse caso, não hesitarão em dar um tchauzinho ao governador.
Para Pacheco, a única certeza é a da candidatura. Seja pelo DEM ou pelo MDB. No Democratas, existe a possibilidade dele ser alçado a presidente estadual da legenda, caso Rodrigo Maia decida, em comum acordo, destituir as direções estaduais entregando-as aos pré-candidatos.
No grupo tucano, encabeçado pelo senador Antonio Anastasia, o deputado federal é o quadro preferido para a corrida. A articulação levou o ex-deputado Dinis Pinheiro (PP) a aproximar-se do ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Pode ser que também formem chapa para a disputa. Nesse caso, Dinis teria problemas no PP. Alguns dos correligionários caminham com os tucanos.
Voltando à situação de Rodrigo Pacheco, o DEM pretende obter uma resposta dele até o início de março. Ou seja, até meados do próximo mês, o governador Fernando Pimentel saberá quem irá enfrentar nas eleições deste ano.
Ah, vale lembrar que corre por fora o empresário Romeu Zema. Na última terça-feira, ele esteve com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS). Zema quer fazer uma campanha semelhante à de Kalil, na tentativa de emplacar-se.