O beato Padre José de Anchieta será declarado santo, por decreto do papa Francisco, no início do mês de abril, anunciou nesta quinta-feira, 27, o arcebispo de Aparecida (SP), cardeal d. Raymundo Damasceno Assis, em entrevista ao repórter Silvonei José, na Rádio Vaticano. A notícia é surpreendente, porque não se esperava que a cerimônia de canonização fugisse às regras da Congregação para as Causas dos Santos, que vinha trabalhando para acelerar o processo de Anchieta.
Segundo d. Damasceno, a canonização por decreto, em vez de uma celebração solene na Praça de São Pedro, foi decisão pessoal do papa, que na mesma data, a ser ainda fixada, vai declarar santos dois missionários canadenses. A assinatura do decreto ocorrerá antes da canonização dos papas João XXIII e João Paulo II, marcada para o dia 27 de abril, que deverá atrair mais de 2 milhões de pessoas.
"Vamos comemorar de uma maneira simples a canonização do Padre Anchieta a partir da assinatura do decreto, que corresponde a uma forma equivalente à proclamação solene de um santo", anunciou d. Damasceno. Em seguida, haverá outras comemorações, a começar por uma missa celebrada em conjunto com os canadenses numa paróquia romana e por outra missa, a ser presidida por Francisco no Colégio Pio Brasileiro, em Roma. A data depende da agenda do papa.
No País. D. Damasceno, que é também presidente da CNBB, adiantou que haverá grandes celebrações pela canonização de Anchieta, durante a assembleia-geral do episcopado em Aparecida, na primeira quinzena de maio, e nas cidades em que ele atuou como missionário: São Paulo, Rio, Vitória e Salvador. O cardeal prevê ainda que haja comemorações também nas Ilhas Canárias, onde José de Anchieta nasceu em 1534, e em Portugal, onde ele se tornou jesuíta e estudou.
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