Marca italiana criada pelo argentino Horacio Pagani acaba de apresentar o Huayra Epitome
(Divulgação)
A indústria do automóvel vive uma metamorfose sem volta. Trata-se da eletrificação, necessária para reduzir as emissões de gases nocivos na atmosfera e contribuir para arrefecer o planeta. Mas, ao mesmo tempo, a eletrificação gera uma angustiante sensação de que o automóvel perderá sua essência.
Daí muitos fabricantes, principalmente aqueles que produzem supercarros, têm se dedicado a uma espécie de último suspiro dos coletores de ar. A Pagani, marca italiana criada pelo argentino Horacio Pagani, acaba de apresentar o Huayra Epitome.
O Epitome resume toda tecnologia que a marca desenvolveu ao longo dos anos. A Pagani ficou famosa por seus supercarros exóticos, equipados com poderosos motores Mercedes-Benz e encontrou um cliente que queria o máximo de pureza em um carro exótico.
Esse cliente, não revelado, encomendou uma versão definitiva do Huyara, bem diferente do modelo original. Homologado para uso urbano, o bólido tem visual frontal com elementos das versões de pista, novos coletores de ar e difusores para auxílio de resfriamento dos discos de freio.
As portas continuam com o estilo asa de gaivota, bem excêntricas. E na traseira o principal destaque é a grande asa fixa, no melhor estilo Ferrari F40. Um elemento curioso, uma vez que o Huayra tem como predicado os apêndices ativos, que funcionam como flaps de aviões e que atuam de forma automática.
Mas o cliente quis um carro na mão, sem assistências. O motor V12 6.0 recebeu turbocompressores que entregam 864 cv e 110 kgfm de torque, e o cliente também solicitou uma caixa manual de sete marchas. Ou seja, o cidadão é valente, pois é preciso muita perícia para trocar de marchas com precisão e não deixar que o torque do V12 mastigue a embreagem.
Para dar conta de tanta força, a Pagani instalou um conjunto de embreagem com discos triplos. Além disso, um novo diferencial com controle eletrônico ajuda na transferência da força para as rodas traseiras.
Já a suspensão utiliza sistema ativo, capaz de identificar o relevo e ajustar as cargas dos amortecedores. Esse conjunto permite também que o ilustre proprietário possa ajustar o nível de conforto para que o Epitome seja conduzido sem solavancos numa ida preguiçosa à padaria.
A Pagani não informa quanto custa e nem qual é a velocidade máxima do Epitome. Afinal, trata-se de um carro extremamente exclusivo. Mas fato é que o Epitome é uma daquelas insanidades em nome da velha guarda e que preservam o jeito purista de pilotar.