(Andreas Solaro)
O papa Francisco acusou nesta quarta-feira (7) os políticos de não apoiar a família, preferindo modelos chamados "inclusivos", mas "burocráticos" e "áridos".
"Não reconhecem a família", lamentou Jorge Bergoglio diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no terceiro dia de um sínodo especificamente dedicado a este tema.
"A organização da vida comum sempre tropeça numa burocracia totalmente estranha para os laços humanos fundamentais" e os "usos sociais e políticos carregam sinais de deterioração - agressividade, vulgaridade, desprezo - que estão bem abaixo do nível de educação familiar, mesmo que mínimo", acusou.
Uma "robusta injeção de espírito familiar" na sociedade é necessária, recomendou o Papa, ressaltando que "o estilo das relações civis, econômicas, jurídicas, profissionais, cidadãs, parece muito racional, formal, organizado, mas também muito desidratado, árido, anônimo, e, por vezes, insuportável".
Este modelo "diz ser inclusivo em suas formas, mas abandona à solidão e descarta uma quantidade cada vez maior de pessoas".
"As famílias sabem bem o que é a dignidade de se sentir filho ou filha, e não escravo ou estrangeiro, ou apenas um número em um cartão de identidade", observou.