Papel de Gonzaguinha rende elogios a Júlio Andrade

Agencia Estado
06/11/2012 às 11:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:55

Júlio quem? Andrade. Embora seja um dos atores brasileiros mais apreciados da nova geração, com talento provado em cinema, teatro e TV, o gaúcho Júlio Andrade talvez tenha dificuldade para se fazer (re)conhecer justamente pela forma como 'cola' aos mais diferentes personagens. Fez "Cão Sem Dono" com Beto Brant, é o Gonzaguinha de "Gonzaga - De Pai pra Filho", de Breno Silveira, em cartaz nos cinemas, e em breve será visto como um crente em Éden, de Bruno Safadi. Na TV, entre outros personagens, foi o mordomo Arthurzinho de "Passione", novela de Sílvio de Abreu.

O diretor Silveira testemunhou como a mulher e os filhos de Gonzaguinha reagiram à interpretação de Andrade numa sessão de "Gonzaga" para a família, no Rio. A mulher teve violenta comoção. Os filhos não conseguiam entender como, mais que a semelhança física, Andrade conseguiu incorporar a singularidade de Gonzaguinha. Certos gestos mínimos. A arrogância que, nele, era uma forma de defesa. "Gonzaga" não está sendo o estouro de bilheteria que Silveira e a empresa Conspiração, em parceria com a Downtown e a Paris, esperavam para seu filme grande (e por que não grande filme?) sobre a difícil relação entre Gonzagão e Gonzaguinha. O filme vai muito bem no Nordeste, e não tão bem no Sul Maravilha, mas em dez dias já atingiu 566 mil espectadores.

Existem explicações para o relativo fracasso em São Paulo - o filme estreou no fim de semana do segundo turno da eleição para prefeito e em plena Mostra de Cinema de São Paulo. Como se não bastasse a concorrência do maior evento de cinema na cidade, ainda havia o novo James Bond, "007 - Operação Skyfall", com sua fama (justificada) de ser o melhor filme da série. Silveira ainda aposta numa reação do público em São Paulo, e lembra que seu megahit "2 Filhos de Francisco" já havia estourado no País inteiro, quando o público paulista (e paulistano) começou a despertar para a saga de Zezé Di Camargo e Luciano.

"Gonzaga" tem tudo o que Breno Silveira gosta - emoção, música, uma história de pai e filho. Gonzaga, o rei do baião, teve sempre uma relação difícil com o filho. O filme conta a história de uma reconciliação e se o baião dá o tom de boa parte do relato, a apoteose é com Gonzaguinha - "Viver, e não ter a vergonha de ser feliz...". Como se conta uma história dessas? Nem dez filmes dariam conta de Gonzagão, diz o diretor. Ele apostou na imagem, na trilha - e no elenco. Gonzagão é interpretado por Land Vieira, Chambinho do Acordeon e Adélio Lima. Gonzaguinha também possui três intérpretes, mas, por melhores que sejam o garoto e o adolescente - Alison Santos e Giancarlo di Tommaso são bons -, você vai ficar siderado com Júlio Andrade.

"Que cara é esse?", perguntou o próprio Silveira quando Júlio Andrade foi fazer o teste. A escolha dos atores, tanto para Gonzagão quanto Gonzaguinha, foi um processo difícil. Júlio tinha uma amiga que era amiga da produtora. Ela o apresentou, Márcia Braga ficou impressionada e o encaminhou para o teste. Júlio Andrade jogou pesado. Incorporou o personagem e entrou no set como se fosse ele, a arrogância inclusive. Silveira não acreditava no que via (e ouvia). Só descobriu depois que Andrade tinha uma longa história com Luiz Gonzaga Jr. O pai de Júlio era devoto de Gonzaguinha. Seu coração explodia a cada nova música do cantor e compositor. Júlio sabia todas, de tanto ouvir em casa. Seu pai quase morreu de emoção ao saber que o filho ganhara o papel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

GONZAGA - DE PAI PRA FILHO
Direção: Breno Silveira. Gênero: Drama (Brasil/2011, 120 minutos).
Classificação: 12 anos.
http://www.estadao.com.br

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