(SAUL LOEB)
disse John Kirby, porta-voz do Departamento.
Desde a abertura do impeachment, o governo americano tem mostrado cautela, mas com elogios à solidez das instituições brasileiras e reiterando que o impeachment seguia as regras da democracia e da Constituição. "Como as duas maiores democracias do hemisfério, Brasil e Estados Unidos são parceiros comprometidos. Os Estados Unidos cooperam com o Brasil para encarar temas de interesse mútuo e os desafios mais urgentes do século 21. Planejamos continuar essa colaboração essencial".
Antes da votação, o governo mostrava-se disposto a fazer um recomeço nas relações com o Brasil, com a expectativa de que a colaboração em diversos temas possa ser retomada depois que a incerteza dos últimos meses passar.
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América do Sul
A posição dos Estados Unidos de apoio ao novo governo contrasta com as declarações de líderes de países da América do Sul, como Equador e Bolívia. O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou nesta quarta-feira (31) que irá retirar o embaixador do país no Brasil minutos após a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado brasileiro.
Correa é um tradicional aliado dos governos petistas de Dilma e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. "Destituíram a Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso encarregado da embaixada", escreveu Correa em sua conta no Twitter.
Na manhã desta quarta, antes da votação da cassação de Dilma, o presidente boliviano, Evo Morales, também aliado de Dilma, havia dito que iria convocar seu embaixador em Brasília caso o impeachment da petista fosse aprovado. "Se prosperar o golpe parlamentar contra o governo democrático de Dilma, a Bolívia convocará seu embaixador. Defendamos a democracia e a paz", escreveu o presidente boliviano.