O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta manhã que a municipalização da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) ainda é um assunto que precisa ser amadurecido. Por isso, ele ainda não conversou sobre o tema com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele se disse a favor da medida para baratear a tarifa do transporte coletivo.
A ideia seria criar um fundo com todos os tributos que incidem sobre a gasolina para diminuir o valor das tarifas de ônibus. "Acho que essa ideia vai prosperar. Não no curto prazo, mas vai prosperar. E vai ser um paradigma internacional", comentou nesta manhã, em evento organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide). Haddad ressaltou que é favorável a esse projeto, discutido pelos municípios, e que este seria um "instrumento mais poderoso nas mãos dos prefeitos".
Sobre o reajuste da tarifa de ônibus, o prefeito reiterou que a vigência dos novos preços devem acontecer a partir de 1º de junho. "Nós mesmos (em São Paulo) estamos fazendo um esforço espetacular para segurar o preço da tarifa", disse o prefeito, que já se comprometeu anteriormente a não elevar o custo da passagem de ônibus além da inflação. De acordo com ele, só no final de maio a prefeitura terá o
valor a ser cobrado.
Corrupção e cargos
O prefeito defendeu também o combate à corrupção, lembrando que criou, em janeiro, a Controladoria Geral do Município, que já apurou irregularidades em casos que levaram quatro servidores à prisão em flagrante. "Já estamos recebendo denúncias de empresários, que confiaram na administração e levaram a denúncia ao controlador geral. No caso concreto, não quero nenhum tipo de interferência no trabalho do controlador", comentou Haddad.
Nesta terça-feira, deve chegar à Câmara Municipal projeto que prevê uma reforma administrativa na Prefeitura, com criação de cargo e preenchimento de mais de 300 funções que estavam congeladas. Uma das secretarias que será beneficiada com os novos cargos é justamente a Controladoria.
De acordo com Haddad, ela faz parte das secretarias que estão recebendo "atenção especial" nesta reforma. "A pasta da controladoria foi recém-criada e não tem estrutura. É basicamente uma secretaria de combate à corrupção", disse.
A outra pasta mencionada pelo prefeito é a de Licenciamentos. "Eu preciso estruturar uma Secretaria de Licenciamentos para cumprir a nossa meta de, em no máximo três meses, promover as autorizações para os empreendimentos imobiliários e para as empresas que quiserem se instalar na cidade", disse o prefeito. Segundo ele, São Paulo está perdendo muitos recursos com os atrasos na aprovação de empreendimentos privados.
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