Coordenador da força-tarefa do MPE, o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto fez duras críticas à Samarco na apresentação do relatório das atividades dos procuradores de Justiça mineiros neste primeiro ano após o rompimento da barragem de Fundão. Para ele, as obras de contenção do rejeito remanescente no complexo de Fundão são indicativos de que a mineradora quer voltar à operar em Mariana.
“Os diques são medidas paliativas e cosméticas elaboradas pela Samarco visando muito mais a retomada de suas atividades do que propriamente a recuperação ambiental. O Ministério Público de Minas Gerais não admite que essa recuperação seja a plantação de gramínea em cima de lama. Temos que retirar essa lama dos nossos rios”, disse.
Para ele, o balanço de um ano das ações executadas diante dos danos ambientais é “catastrófica”. “Ainda é impossível mensurar os impactos, mas é preciso ressaltar que nada pode ser comemorado, por causa da leniência e protelação. “O que a Samarco faz bem é se defender nos processos, levando para os tribunais recursos protelatórios, de maneira a dificultar a indenização e a compensação”.
Resposta
Por meio de nota, a Samarco informou que “já investiu, até o momento, aproximadamente R$ 1 bilhão para o pagamento de ações de remediação, compensação e de indenização. Até dezembro, serão aportados mais R$ 1 bilhão por meio da Fundação Renova”, diz a nota.