Após os bate-bocas no depoimento da última testemunha do julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, na quinta-feira, o clima foi mais ameno na última sexta-feira (26) no fórum de Contagem.
Tão ameno que quase ninguém, inclusive jurados, prestou atenção nas peças lidas em plenário. Muito dispersos, e prejudicados pela velocidade exagerada da leitura dos relatos, os quatro homens e três mulheres que vão definir o futuro do acusado de executar Eliza Samudio – a mando do goleiro Bruno – demonstraram cansaço e desinteresse.
Membros da defesa de Bola tiveram a mesma reação. Alguns se ausentaram do plenário durante a leitura das peças, solicitada por eles mesmos.
A monotonia foi intencionalmente provocada pela defesa, que exigiu a leitura de inúmeras peças do processo. O objetivo foi ganhar tempo até o julgamento de um habeas corpus que solicitou a fixação de prazo indeterminado para a exibição de vídeos. À tarde, a Justiça apenas ampliou o período de apresentação, de uma hora para duas.
Bebida
Enquanto o imbróglio judicial não se resolvia, a defesa aproveitou para relaxar. Durante o almoço, um dos advogados do grupo que defende Marcos Aparecido bebia cerveja em um restaurante vizinho ao fórum. Outros passaram grande parte da manhã editando os vídeos para a exibição.
O momento mais esperado é o interrogatório de Bola. A expectativa é a de que ele responda aos questionamentos hoje – os vídeos seriam exibidos ainda na madrugada de sábado.
Orientado pela defesa, ele deve responder também às perguntas do promotor Henry Vasconcelos. “Vamos explorar bastante a fala do Marcos Aparecido e não temos objeção de que fale também com a acusação”, afirmou Fernando Magalhães. Em todo caso, Marcos Aparecido pode recusar os questionamentos do promotor.
Logo após o interrogatório, começam os debates entre promotoria e defensores, com duração de cinco horas. O Ministério Público vai explorar as depoimentos prestados pelo primo de Bruno Fernandes, Jorge Lisboa, e as provas do processo. A defesa vai tentar mostrar erros na investigação e a falta de elementos da participação de Bola no crime. O veredicto deve sair no domingo (28).