(Gil Leonardi/Agencia Minas)
O governador Romeu Zema afirmou que acredita que, no futuro, quando o mundo fizer uma retrospectiva dos impactos da pandemia de Covid-19, se poderá verificar que o Brasil “não fez um trabalho tão ruim quanto muitos têm alardeado”. O país é o segundo com maior número de casos e mortes pela doença. São mais de 2,7 milhões de infectados e 94 mil mortes até o momento.
"À medida que a pandemia avançou, acho que todos os estados e também o governo federal se estruturaram melhor”, afirmou o governador, durante uma entrevista ao canal CNN Brasil nesta segunda-feira (3). “Talvez no início faltou um sincronismo maior, uma comunicação mais clara. Eu posso estar errado, mas daqui uns anos, quando fizermos uma retrospectiva, vamos ver que o Brasil, em comparado com países mais desenvolvidos, não fez um trabalho tão ruim quanto muitos têm alardeado", disse.
Questionado se isso realmente aconteceria, já que o país é o segundo mais afetado pela pandemia, Zema reforçou que sua observação leva em conta a população de cada país. “Estou falando em termos comparativos. Temos que considerar que o Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes, e temos país como a Itália com 60 milhões de habitantes e metade do número de óbitos”, disse.
Sobre a escalada de casos do novo coronavírus em Minas após o mês de maio, com ápice em meados de julho, o governador afirmou que “Minas combateu a epidemia de forma exemplar”. Atualmente, o Estado tem 133.743 casos e 2.894 óbitos confirmados. Ainda são acompanhados 28.287 pacientes com a doença.
“Minas Gerais é o Estado com a menor taxa de mortalidade do Brasil. E quando se fala em Covid, tem de se que ponderar a mortalidade. Teste ajuda, mas teste não salva vidas. E hoje temos cerca de 68% dos leitos de UTI ocupados e mesmo que tenhamos um repique, o que acho pouco provável, nós temos um bom colchão de segurança”, disse Zema.
Ele ainda reconheceu que a situação é mais delicada na Região Central, onde a taxa de ocupação de leitos de UTI é de 78,87%, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Mesmo assim, nessa região, segundo o governador, “longe de ser uma situação em que o sistema vai entrar em colapso”.