O protesto dos caminhoneiros nas rodovias de todo o país completou quatro dias nesta quinta-feira (24). A categoria luta contra a disparada do preço do diesel, que faz parte da política de reajustes da Petrobras, em vigor desde julho.
E os reflexos dessa paralisação já são sentidos na Central de Abastecimento de Minas Gerais ( CeasaMinas). Segundo Emílio Brandi, presidente da Associação Comercial da CeasaMinas, o desabastecimento já é uma realidade e a situação já pode ser considerada crítica. Produtos como ovo, batata, manga e alguns hortifrutigranjeiros estão em falta.
"O estoque praticamente zerou de quarta para quinta e a previsão é que a sexta-feira seja ainda pior. Estamos esperando o caos", disse Brandi.
Ainda segundo Brandi, na manhã desta quinta-feira (24), o mercado livre do produtor ficou vazio. Normalmente são 1.200 caminhões que passam por lá todos os dias e hoje apenas uns 100 caminhões de pequenos produtores e sitiantes circularam por lá. Houve uma queda de quase 50% na circulação de pessoas, que em dias normais chega a 70 mil.
"Tá dando medo e já há racionamento. Clientes nossos estão limitando a venda em cinco unidades por cliente", ressalta o presidente. Emílio Brandi disse ainda que o governo precisa entrar em acordo com a categoria porque o prejuízo é grande. “Não somos contra a manifestação e estamos sensibilizados com a situação enfrentada pelos caminhoneiros. Todavia, esta paralisação deve ser pacífica, de forma a não impedir as atividades daqueles que querem trabalhar".
A assessoria de imprensa da Ceasa-MG informou que a diretoria não vai se pronunciar sobre a greve. Mas disse que eles informam diariamente no site os preços em alta e em baixa das mercadorias e que as variações são de acordo com sazonalidade ou pela procura e oferta, mas essa semana as altas são reflexo do protesto.