Parcerias para o desenvolvimento sustentável do Norte de Minas

Jornal O Norte
16/08/2006 às 10:46.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:41

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Quer ajuda? Assim se apresentou a equipe de políticas de desenvolvimento do Banco do Nordeste na noite dessa segunda-feira em Montes Claros. Na manhã de ontem, os diretores sobrevoaram o Projeto Jaíba a fim de conhecer suas dificuldades e demandar crédito e investimentos dentro da política de desenvolvimento sustentável.

Várias autoridades que trabalham no segmento do agronegócio estiveram presentes ao primeiro encontro de consolidação de parcerias institucionais e puderam tirar dúvidas sobre o que dispõe o banco de fomento que também trabalha com desenvolvimento que não necessariamente esteja ligado só ao crédito.

O diretor de gestão do desenvolvimento Pedro Rafael Lapa (foto) e os superintendentes Sâmia Araújo Frota de políticas de desenvolvimento e Nilo Meira Filho para o Norte de Minas e Espírito Santo demonstraram que o banco também trabalha com parcerias com ministérios.

METAS

Na explanação os diretores falaram de suas metas e apresentaram 13 principais prioridades a serem seguidas e a receberem incentivos do BNB, caso da ovinocaprinocultura, biodiesel, agricultura familiar, possivelmente estação de tratamento de esgoto, entre outros.

Terminada a explanação das metas, o gerente do Sebrae/Norte de Minas, Cláudio Luiz de Souza Oliveira questionou sobre o alvo, parcerias. Contou que o Sebrae trabalha com a parte de gestão de projetos e que especialmente no caso dos pequenos produtores de ovinos e caprinos seria necessário que houvesse uma visitação de assistência técnica presente nas propriedades com o intuito de instruir os pequenos sobre as melhores maneiras de cuidar do rebanho.

Contou que no caso da Accomontes- Associação dos criadores de caprinos e ovinos do Norte de Minas já foram comercializados cerca de 5 cargas com o frigorífico Magem Cordeiro, mas o problema em questão é justamente a demanda e a pouca oferta.

- O frigorífico liga pedindo mais animais mas não existem. O banco poderia custear o pagamento dos técnicos que visitariam as propriedades.

Pedro Lapa respondeu que o banco poderia fazer a ponte com outro parceiro para ver a possibilidade de se conseguir viabilizar isso, mas que o banco não tem um programa que custeie esse tipo de atividade.

VISITA

Na oportunidade, o representante da UFMG, Flávio aludiu sobre a possibilidade de a Universidade dispor de alunos que possam realizar a visita técnica nas fazendas, mas para isso seria necessário que fossem disponibilizadas bolsas aos mesmos, já que as que existem já estão comprometidas com outros projetos. Completou ainda que já existe uma equipe da universidade que apóia a Accomontes, mas que isso poderia ser intensificado.

A desburocratização para se obter o crédito também foi mencionado. Algumas entidades de classe representadas na questão pelo agrônomo, Rômulo Marques pediam mais rapidez nesse processo.

- No Brasil o acesso ao crédito perfaz a casa dos 20% sendo que em outros países vizinhos esse número chega aos 100%. A disparidade é bem grande e a classe rural precisa de incentivos para produzir e em contrapartida promover o desenvolvimento sustentável da região - disse.

Sobre o assunto Pedro Lapa informou que o Pronaf- Programa nacional de agricultura familiar por exemplo tinha há algum tempo uma média de 10 páginas e agora o banco conseguiu que esse número caísse para uma.

- Evoluimos no Pronaf e precisamos fazer isso com o  Fundo constitucional de desenvolvimento do Nordeste que por sinal foi responsável por 64% de todas as contratações feitas pelo banco no semestre. Isso denota o atendimento à orientação estratégica estabelecida pela diretoria, de contratação integral dos recursos disponíveis no Fundo.

SOBRE O JAÍBA

Hoje no Projeto Jaíba duas fábricas de álcool e uma de biodiesel devem acelerar o desenvolvimento do maior projeto irrigado da América Latina. Foram investidos só na etapa dois cerca de U$99  milhões que, segundo o gerente executivo, Bernardino Araújo já será pago com a produção. Por dia são produzidas cerca de 17 mil toneladas de alimentos, mas os produtores ainda precisam de crédito rápido, lembra o gerente.

- Há a necessidade de resgatar alguns pomares e não há como se fazer isso sem investimentos. Mesmo tendo sete multinacionais in loco, os produtores do Jaíba ainda anseiam por crédito, - disse Bernardino.

Pedro afirmou à reportagem de O Norte que o banco quer conhecer as dificuldades de perto e assim poder saber como trabalhar no local.

- O ministério da Integração nacional já esteve no Jaíba renegociando as dívidas, pelo menos com promessas, e nós queremos executar como nos é passado - concluiu.

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