Simbólico: parentes das vítimas pedem justiça em um dos maiores eventos de mineração da América Latina (Fernando Michel/Hoje em Dia)
A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum) expôs as fotos das 272 vítimas do rompimento da barragem na Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram) 2022, no Expominas, região Oeste de BH.
O evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) é uma maiores feiras de mineração da América Latina. A programação se encerra nesta quinta-feira (15).
De acordo com Alexandra Andrade, presidente da Avabrum, o objetivo da exposição era fazer com que o assunto não seja esquecido pela população e clamar para que a Justiça seja feita.
"Queremos a responsabilização criminal da Vale, proprietária da barragem; da Tüv Süd, empresa alemã que atestou a segurança da barragem; do ex-presidente da mineradora Fábio Schvartsman; e de outros réus do processo judicial", afirmou.
Em 19 deste mês, Alexandra participará de uma audiência na Alemanha na qual será discutida a responsabilização e punição da Tüv Süd pelo laudo de estabilidade da barragem da Mina Córrego do Feijão, que ficava em Brumadinho, na reigão Metropolitana.
Além de diversos amigos, a presidente da Avabrum perdeu um irmão de 42 anos, pai de três filhos, e um primo de 35, pai de uma menina.
"Nossas famílias foram destruídas e nossa vida mudou da pior maneira possível. Sentimos a falta deles todos os dias, principalmente em datas como Natal e Dia dos Pais. A vida está em primeiro lugar e a mineração não pode continuar matando as pessoas", criticou.
Alexandra Andrade perdeu um irmão de 42 anos, pai de 3 filhos (Fernando Michel/Hoje em Dia)
Segundo Alexandra Andrade, além da responsabilização dos culpados, a expectativa é que o setor também se torne mais responsável em suas práticas econômicas.
"Toda essa tragédia mostra que a Vale não aprendeu nada com o desastre de Mariana. Esperamos agora que façam práticas de prevenção para que não existam mais mortes e nem a destruição do meio ambiente".
Ela se refere à barragem do Fundão, controlada pela Samarco Mineração S.A., que rompeu em novembro de 2015 e matou 19 pessoas em Mariana, na região Metropolitana.
Alexandra reforçou ainda que, passados quase quatro anos do rompimento, quatro "jóias" (vítimas da tragédia) ainda não foram encontradas.
Na semana passada, o Corpo de Bombeiros encontrou roupas com restos mortais. Porém, na última terça-feira (13), a Polícia Civil informou que o material não é compatível com as características dos desaparecidos.
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