Partido de Kirchner é derrotado nos maiores distritos em primárias da Argentina

Liliana Samuel - AFP
12/08/2013 às 21:01.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:55

BUENOS AIRES - O partido da presidente Cristina Kirchner foi derrotado nos principais distritos argentinos, incluindo a estratégica província de Buenos Aires, nas primárias de domingo (11) para as eleições legislativas de outubro, mas se mantém como maior força nacional e pode conservar sua maioria no Congresso.

"Houve uma onda nacional de votos contra o governo Kirchner. Em todos os âmbitos, fez escolhas ruins", disse à AFP o sociólogo Rosendo Fraga, da consultoria Nueva Mayoría.

No total do país, a Frente para a Vitória (FPV), partido de Kirchner, foi o mais votado com 5,9 milhões de votos, ou seja, 26,31%. Na eleição presidencial de 2011, a presidente havia sido reeleita com 54%.

Na Argentina "três em cada quatro pessoas votaram na oposição, embora esta esteja muito dividida", ressaltou Fraga.

A derrota mais dura foi na província de Buenos Aires, a principal do país, onde a opositora Frente Renovadora obteve 35,05% contra 29,65% da lista de deputados de Kirchner.
 
O prefeito de Tigre (periferia norte) Sergio Massa, ex-chefe de gabinete de Cristina Kirchner que passou para a oposição, venceu Martín Insarraulde, prefeito de Lomas de Zamora (periferia sul), que liderou a lista de pré-candidatos governistas neste histórico reduto peronista.

Diferentes forças da oposição foram as mais votadas nos importantes distritos de Córdoba (segundo maior), Santa Fe (terceiro) e Capital Federal (quarto).

Esses três distritos, mais a província de Buenos Aires, reúnem no total 62,7% dos eleitores aptos a votar na Argentina.

Nas eleições legislativas de 27 de outubro serão renovados a metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado.

Jorge Giacobbe, da consultoria Giacobbe y Asociados, que previu a derrota governista, afirmou nesta segunda à AFP que "em outubro a derrota do governo será muito pior do que agora.

"Não tenho dúvidas de que muitas pessoas vão deixar (o kirchnerismo). É um fim de ciclo do governo", afirmou.
 

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