(Divulgação)
Fãs dos quadrinhos já sabem: o poder está também com as heroínas. E não é só porque a israelense Gal Gadot tem atraído multidões aos cinemas, na pele da Mulher Maravilha. Ainda que em desvantagem numérica em relação aos super-heróis, elas sempre foram estrelas do universo HQ.
E já levaram muita gente a ligar a TV para acompanhar seriados tempos atrás, embora agora estejam mais em evidência devido a temas como empoderamento feminino e questões de gênero.
Nas telinhas, o ponto de partida foi dado em 1975, quando Lynda Carter assumiu o papel da bela e poderosa princesa amazonas. Mesmo firme no imaginário do público, a moça levou 42 anos para chegar às telonas. No rastro do sucesso do longa, outras super e anti-heroínas também devem chegar ao cinema.
Além de Arlequina, destaque de “Esquadrão Suicida” (2016) que terá a história contada em “Sereias de Gothan”, há previsões para produções de “Batgirl” (com Joss Whedon de “Os Vingadores” e “Buffy, a caçadora de Vampiros”) e “Capitã Marvel”, com Brie Larson, vencedora do Oscar de Melhor Atriz em 2015 por “O Quarto de Jack”.
Nos quadrinhos
Professora da Casa dos Quadrinhos e pesquisadora, Carol Cunha lembra que já no começo dos quadrinhos, na década de 30, existiam personagens que eram mulheres e protagonistas. “Mas com uma pegada sexista”, ressalta a quadrinista, que destaca o caráter sensual ligado às super-heroínas, principalmente nos anos 90. “Havia sempre a questão da sedução. <CW20>O protagonismo, mesmo, está acontecendo hoje”, avalia Carol, que destaca o papel das mulheres também na produção de quadrinhos.
Reflexo
Até que o pontapé fosse dado, novamente pela Mulher Maravilha, poucas foram as produções com super-heroínas no papel principal. Nos cinemas, foram apenas três filmes solo: “Supergirl”, em 1984, “Mulher-Gato”, em 2004, e Elektra, em 2005.
Apesar da presença feminina nos quadrinhos e em produções da televisão, o destaque cada vez maior das heroínas é um movimento atual. Para Carol Cunha, um reflexo do próprio contexto vigente.“Qualquer produção cultural vai acompanhando as mudanças históricas. Agora estamos repensando questões de gênero, o papel da mulher, as minorias”, aponta ela, que destaca o aparecimento dessas discussões nas produções de HQs, no cinema e em seriados de televisão e streaming.
Para a crítica de cinema Larissa Demétrio, a recepção do público surge como um fator impulsionador para esse tipo de produção.“Está recomeçando essa concepção de que as pessoas querem isso. O último Star Wars mostrou que o público gosta de ver mulheres fortes”, afirma, referindo-se à personagem Jyn Erso, protagonista do episódio mais recente da saga.
Larissa lembra ainda da presença “delas” nos bastidores. “O grande sucesso de bilheteria de Mulher Maravilha, a diretora (Patty Jenkins) já confirmada para a sequência... Isso mostra para os estúdios que eles podem apostar em mulheres diretoras”.N/A / N/A