Seguindo o aumento dos casos de dengue em Minas, os pedidos de socorro para combater focos do mosquito, feitos por moradores de Belo Horizonte à prefeitura, triplicaram no último ano. Relatório da administração municipal aponta 18.961 solicitações de prevenção e controle dos criadouros do Aedes aegypti – em 2015 foram 5.762. As demandas são feitas por telefone, internet ou pessoalmente.
Os pedidos ocuparam a segunda posição no ranking dos serviços mais requisitados em 2016, ficando atrás apenas das reclamações de luzes apagadas ou quebradas. No ano anterior, as denúncias de criadouros do vírus ocupavam a 11ª posição na lista.
Água e lixo em cratera
Exemplos de locais com água parada, propícios para a proliferação do mosquito, não faltam. No bairro Novo Tupi, região Norte de da capital, uma cratera se abriu em um canteiro entre a rua A e a rodovia MG–020. Latas, pneu de bicicleta, papelão, televisores, guarda-chuva e até um sofá foram abandonados no local.
Neusa Maria da Silva, de 47 anos, e a filha, Patrícia Silva, de 28, convivem com esses focos do Aedes diariamente. Moradoras da região, elas contam que os habitantes do bairro solicitam atendimento da prefeitura para controlar os criadouros com frequência. Na estimativa da família, a equipe de agentes de combate a endemias vai até o local retirar o lixo cerca de uma vez por mês.
No entanto, para Patrícia, só a presença dos agentes municipais não é suficiente. Ela lembra que é preciso colaboração dos moradores para manter o bairro limpo e livre do vetor.
“A população também tem que fazer a parte dela. A prefeitura vem e limpa, mas os moradores continuam jogando lixo. Quando alguém daqui liga, eles (agentes) vêm aqui, mas em uns dois dias e já está cheio de lixo de novo”, diz.
Segundo Neusa e Patrícia, a limpeza do canteiro é feita com um trator, que remove o entulho, mas aumenta ainda mais a abertura da cavidade. “Eles vêm com um trator e limpam tudo, só que de tanto tirarem o lixo daqui, isso formou um buraco no chão. Quando chove enche tudo de novo”, explica a mãe.
Até dez dias
Conforme a prefeitura, assim que as denúncias de criadouros do mosquito são recebidas, a administração tem dez dias úteis para enviar ao local os servidores de combate a endemias. Os funcionários realizam a eliminação de possíveis focos do mosquito e orientam os moradores da região sobre como proceder em caso de doença.
O relatório mostra que o índice de resolução das demandas feitas em 2016 foi de 99%. A administração pública também informou que irá enviar novos agentes ao local citado pela reportagem, no bairro Novo Tupi, e verificar a situação.