Dados do Ibram

Pela primeira vez em 20 anos, área do garimpo ilegal ultrapassa a utilizada pelas mineradoras

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
07/02/2023 às 16:33.
Atualizado em 07/02/2023 às 16:58
 (Polícia Federal/Divulgação)

(Polícia Federal/Divulgação)

A área utilizada pelo garimpo ilegal no Brasil ultrapassou a área explorada pelas mineradoras regulares pela primeira vez desde 2001, segundo dados apresentados nesta terça-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Apesar de o faturamento da atividade ilegal ainda não superar a produção da indústria de mineração formal, a atuação dos garimpeiros clandestinos preocupa o setor, de acordo com Raul Jungmann, presidente do instituto.

O garimpo ilegal ocupa 196 mil hectares, enquanto a mineração legalizada detém 170 mil hectares até 2021. Em 2001, as áreas eram semelhantes em tamanho e, após 2019, as de garimpo passaram a superar as da mineração.

“Queremos deixar claro que este é um setor que aposta em sustentabilidade e estamos agindo para coibir as ações ilegais”, afirma Jungmann.

Yanomami

Nas últimas semanas, as atividades de garimpo ilegal chamaram a atenção do Brasil e do mundo por causa da invasão da Terra Indígena Yanomami, que provocou a morte de dezenas de índios e colocou toda a população indígena em situação de emergência.

Segundo ele, o setor propõe ações para aumentar o rastreamento e diminuir as brechas para legalização do ouro ilegal, principal minério extraído neste tipo de garimpo, além de desenvolver ações voltadas a apoiar a população envolvida neste tipo de atividade, “geralmente, com baixa renda e que entra na atividade por falta de alternativas”.

Entre as propostas do Ibram estão, além de reprimir e expulsar as pessoas físicas e organizações envolvidas no garimpo, impedir acesso aos mercados interno e externo de ouro – minério que é, em parte, lavado por empresas, inclusive, do setor financeiro; mudar legislação e tributação relacionadas ao ouro no país; desenvolver atividades econômicas, sustentáveis e perenes, na região amazônica para gerar empregos e renda à população, de modo a tirá-las da “corrida do ouro ilegal”.

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