Trios elétricos, blocos, camarotes, multidão são termos normalmente associados ao carnaval de Salvador. Se nos Circuitos Dodô (Barra-Ondina) e Osmar (Campo Grande) as expressões fazem sentido, o mesmo não se aplica ao Circuito Batatinha (Pelourinho), o menos conhecido dos caminhos oficiais da folia da cidade. Ali, nada de aperto, empurra-empurra, pisão no pé e brigas. Nem de congestionamentos para chegar ou ir embora. É um oásis de tranquilidade na comparação com os outros dois.
A característica de um carnaval mais tranquilo, com shows em palco ou bandinhas pelas vielas de paralelepípedo faz com que o circuito seja o preferido de famílias com crianças pequenas. "Não existe (a chance) de levar meus filhos para ver trio elétrico", conta a vendedora Laila Chamas, de 33 anos.
Ela levou os filhos, meninos de 9 e 7 anos, no fim da tarde de hoje (segunda-feira), para assistir aos shows no pequeno palco instalado entre o casario colonial.
Fantasiados - um de pirata, outro de super-herói - e "armados" com latinhas de espuma, eles pareciam curtir a folia. "Se é para eles se divertirem, aqui é o lugar", avalia. "Lá (nos circuitos maiores), seria só aborrecimento."
A programação do espaço, que segue até amanhã, privilegia atrações pouco conhecidas, de afoxés a grupos de sopro, bandas de samba e de reggae. E aperto, por ali, só quando grupos que têm sede no próprio Pelourinho, como o Olodum e o Filhos de Gandhy, partem das concentrações para desfilar nos outros circuitos do carnaval de Salvador.
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