Na entrevista exclusiva ao Hoje em Dia, cuja publicação se conclui hoje, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, antecipou boas notícias para os leitores. A mais importante é que o governo continuará mantendo o equilíbrio fiscal, sem embarcar no caminho da recessão para resolver problemas macroeconômicos.
“Nosso compromisso é com o emprego e a renda”, frisou o ex-prefeito de Belo Horizonte e provável candidato do PT ao governo de Minas no ano que vem.
Pimentel revelou, na parte da entrevista publicada sábado, que o governo desistiu da concessão da BR-262, no trecho entre Belo Horizonte e Vitória. Mas a rodovia será duplicada até a divisa com o Espírito Santo – um trecho de 376,9 quilômetros – e revitalizada nos restantes 188,9 quilômetros. A obra deve começar no próximo ano e consumir R$ 2,11 bilhões do orçamento da União.
O governo tentou privatizar a rodovia, mas não houve interessados no leilão realizado em setembro. A decisão antecipada por Pimentel representa um alívio para os usuários desse trecho da BR-262, cujos pedágios, previstos no edital de concessão, eram bem elevados e, mesmo assim, insuficientes para animar empresários a investirem.
O ex-prefeito deixou em suspenso sua própria informação sobre nova ampliação do metrô de Belo Horizonte. Disse apenas que vai atender a uma região importante na área central. Quanto às linhas Calafate-Barreiro e Lagoinha-Savassi, Pimentel afirmou que o financiamento de R$ 2 bilhões já está assegurado. “Agora, virá um complemento para isso, que não quero antecipar, até para deixar que as autoridades competentes falem sobre isso”, justificou o ministro. O anúncio deve ser feito ainda neste mês.
Fernando Pimentel tem prazo até o dia 5 de abril para se desincompatibilizar, mas a presidente Dilma Rousseff ainda não resolveu como vai lidar com os ministros que são pré-candidatos. Há possibilidade de saírem já no mês que vem ou ficarem até o prazo legal. De qualquer forma, deixará o ministério para ficar à disposição do PT, que “tem a aspiração legítima de ter uma candidatura própria”. Na última eleição para governador, o partido desistiu para apoiar o candidato do PMDB. “Agora estamos em uma situação diferente”.
O pré-candidato acha que não é tempo de falar em programa de governo. Mas disse que vê nas ruas um desejo, em Minas, de experimentar outro modelo, mais identificado com o modelo nacional construído pelos presidentes Lula e Dilma.
A julgar pela última pesquisa Datafolha, divulgada no fim de semana, esse modelo tem forte apelo eleitoral. Se as eleições fossem hoje, a presidente da República seria reeleita e, por certo, alguns candidatos a governador apoiados por ela. Mas, são 11 meses até as eleições, e política, como nuvem, está sempre a mudar.