Pesquisa aponta para possibilidade de clonar mamute extinto há quase 4 mil anos

AFP
12/09/2012 às 17:49.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:13
 (Wikicommons)

(Wikicommons)

  MOSCOU - Uma equipe de cientistas russos e sul-coreanos afirma ter avançado na busca de uma possível clonagem do mamute, após pesquisa criticada por vários especialistas no tema.   A equipe diz ter descoberto pedaços de tecido de mamute que poderiam conter células vivas. O material estaria profundamente enterrado no permafrost (solo permanentemente congelado) da região leste da Sibéria.   A possível existência destas células, talvez insuficientemente numerosas para o que se deseja realizar, ainda tem que ser confirmada pelo laboratório sul-coreano encarregado. Além disso, é considerada muito improvável por vários cientistas especializados no estudo das células.   No entanto, Serguei Fiodorov, da Universidade Federal Norte-oriental russa, informou que a descoberta feita na região de Yakutia, no leste da Sibéria, poderia nos aproximar de uma tentativa de clonagem do mamute.   "Descobrimos os pedaços de tecido de mamute no leste da Sibéria no começo de agosto. E parece que algumas das células ainda teriam um núcleo vivo", disse o cientista.   A equipe se esforça por obter credibilidade, em meio a dúvidas sobre a possibilidade de que algo possa permanecer vivo durante milênios no permafrost. No entanto, se assim for, será possível tentar clonagens com o objetivo de recriar animais já extintos.   Um dos participantes da expedição é o sul-coreano Hwang Woo-suk, que caiu em desgraça após ter sido considerado culpado por seus colegas da Universidade de Seul por falsificar duas "primícias mundiais" no campo da clonagem terapêutica.   Uma delas foi a suposta extração, em 2004, de uma linhagem de células-tronco a partir de embriões obtidos por clonagem, à que se seguiu, em 2005, uma segunda suposta descoberta ainda mais importante: a produção de onze colônias de células-tronco. Estes anúncios teriam gerado grandes esperanças no tratamento do câncer, da diabetes e do mal de Parkinson. No entanto, Wang também trabalhou na clonagem de animais e conseguiu clonar um cão em agosto de 2005.   O mamute é considerado extinto há quase 4 mil anos, coincidindo com o surgimento da Idade do Bronze, no Egito. Segundo estudo publicado em junho na revista Nature Communications, vários fatores - alta da temperatura, mudança na vegetação, expansão dos seres humanos - contribuíram para a extinção do mamute peludo.   Seus resultados mostram como o mamute da Beríngia (ponte terrestre que unia o atual Alasca e a Sibéria Oriental), presente de forma abundante até 45.000 e 30.000 anos antes da nossa era, sofreram um longo declínio, enfrentando mudanças climáticas, de hábitat e a presença humana até seu desaparecimento definitivo há 4.000 anos.

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