Pesquisa da UFMG mostra que fígado de bebê pode ter problemas com interrupção na amamentação

Daniele Franco
dfmoura@hojeemdia.com.br
11/09/2018 às 18:26.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:24
 (Reprodução/UFMG/Amy Bundy)

(Reprodução/UFMG/Amy Bundy)

Uma pesquisa desenvolvida no Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG revelou ainda mais sobre a importância do aleitamento materno para o desenvolvimento dos indivíduos. De acordo com o artigo, o fígado pode ter uma formação diretamente prejudicada com a interrupção precoce da amamentação.

A pesquisa foi coordenada pelo professor Gustavo Menezes, que analisou camundongos para chegar à conclusão de que, nas primeiras fases de vida, o fígado desenvolve uma função exclusivamente imunológica por não ser tão necessária a função metabólica observada em indivíduos mais velhos.

Nesse sentido, a pesquisa ressalta a importância da amamentação para que o fígado desenvolva suas funções imunológicas. Num recém-nascido, quase todos os tipos de células imunológicas estão em processo de maturação no fígado e diversas funções metabólicas permanecem desligadas até que os animais sejam desmamados da mãe.

Para conferir se a pesquisa em camundongos refletiria resultados comparáveis a humanos, o laboratório fez uma parceria com o Hospital das Clínicas da UFMG e analisou lâminas de fígados de recém-nascidos, crianças e adultos que morreram por problemas não hepáticos e constatou as semelhanças. “Eram lâminas que estavam guardadas, ou seja, não fizemos um estudo invasivo em seres humanos”, afirmou o professor.

O estudo mostra os reflexos que a dieta do bebê tem em sua vida adulta. “O ambiente de desafio imunológico que um recém-nascido encontra é variável até mesmo dentro da mesma casa. Por isso, é importante que esse sistema seja plástico, capaz de se adaptar, o que provavelmente não seria possível se logo no início da vida já fosse necessário metabolizar macromoléculas em alta escala, alimentos pouquíssimo processados, como carnes, frutas e fibras”, explica Menezes.

Além das pesquisas da função hepática, o laboratório ainda realiza estudos no sentido de minimizar as consequências da falta de aleitamento materno em prematuros, por exemplo, cujas mães não tiveram tempo suficiente para desenvolver o necessário da glândula mamária.

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