Pesquisa mostra que quase dobrou número de consumidores que fogem do centro

Luciana Sampaio Moreira
lsampaio@hojeemdia.com.br
22/03/2018 às 22:24.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:59
 (RIVA MOREIRA)

(RIVA MOREIRA)

Com uma estratégia de negócios que une localização privilegiada, comodidade, atendimento personalizado, variedade de produtos, preços competitivos e “mimos” que seriam impossíveis nas médias e grandes operações, o comércio de bairro tem conquistado seu “lugar ao sol”, com direito a uma clientela fiel, que passa de geração em geração. Conta ainda com a vantagem das grandes redes de supermercados mudarem a estratégia e expandirem para além do hipercentro. 

A segunda edição de uma pesquisa “Escolha do Local de Compras”, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) neste ano, mostrou que 54,5% dos consumidores têm preferido comprar perto de casa. Em 2017, na estreia do estudo, esse percentual ficou em 29,4%. 

A empresária Gisele Zuppo abriu a sua boutique infantil “Gisele Zuppo” há 21 anos. Moradora do bairro Gutierrez, região Oeste da capital, queria trabalhar perto de casa e oferecer aos vizinhos/clientes, produtos diferenciados e de qualidade superior. 

Oportunidade
“As crianças foram crescendo e eu decidi continuar vestindo as mulheres. Então, passei a trabalhar também com moda feminina adulto”, comentou. A empresária ainda recebe na loja clientes dos primeiros anos do negócio para pequenas e grandes compras. Muitos se tornaram amigos, inclusive, e levam filhos e netos para conhecer a loja que veste de zero a tamanho 50. 

Com dois andares divididos entre boutique infantil e feminina adulta, tem um mix “escolhido a dedo” para encantar a clientela. “Trabalho com as melhores marcas do mercado e acompanho as tendências da moda”, ressaltou.

Com uma trajetória de crescimento constante, a loja registrou incremento de 18% nas vendas em 2017, no comparativo com 2016. “As pessoas gostam de prestigiar o bairro onde moram. Quando abri a loja, eu queria valorizar o comércio local que tanto facilita a vida dos moradores e mostrar que é possível fazer excelentes compras perto de casa”, disse.

“O resultado do estudo sinaliza que a descentralização do comércio – redução da procura pelo hipercentro e aumento do interesse pelas lojas de bairro – está ligada à adaptação dos estabelecimentos de vizinhança, a fim de atender melhor os clientes. Assim, eles passaram a encontrar, também nesses locais, variedade de artigos, com qualidade e preços competitivos”, avalia a analista de pesquisa da Federação, Elisa Castro.

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