Pesquisadores da UFMG confirmam presença do novo coronavírus em abrigos de ônibus e praças de BH

Luciano Dias e Cinthya Oliveira
08/05/2020 às 11:26.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:27
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Uma pesquisa realizada pela UFMG em 30 espaços públicos de Belo Horizonte indicou que em 17 deles havia a presença do novo coronavírus. A contaminação foi percebida em abrigos de ônibus e bancos de praças por virologistas da UFMG, após a equipe detectar o material genético do vírus nestes locais.

Entre as áreas escolhidas para a pesquisa, está a região hospitalar, na avenida Alfredo Balena e na Aaameda Ezequiel Dias. Também foram testados quatro terminais do Move nas avenidas Paraná e Santos Dumont, no hipercentro de Belo Horizonte; e em praças do bairro Santa Tereza, na região Leste; e da Savassi, na região Centro-Sul.

“O estudo mostra que pessoas infectadas estão disseminando o vírus pela cidade. Isso reforça que as medidas de isolamento social e bons hábitos de higiene das mãos são essenciais”, afirmou Jônatas Abrahão, professor do Departamento de Microbiologia da UFMG e coordenador do Laboratório de Vírus.Lucas Prates

A ideia para o trabalho surgiu quando os pesquisadores perceberam que, apesar da grande disseminação de notícias e falas de especialistas alertando que o novo coronavírus pode ser transmitido pelo contato de pessoas com locais públicos contaminados, ainda não há estudos precisos sobre o assunto. “Há poucos dados a respeito da presença do vírus em superfícies públicas, como pontos de ônibus, corrimões de terminais de ônibus, praças etc.”, destacou Abrahão.

Segundo ele, a maioria das 102 amostras coletadas que continham material genético do vírus foi detectada na região hospitalar da capital mineira, mostrando que os cuidados devem ser redobrados em locais nos entornos de hospitais. 

Também foi feita uma coleta depois de uma desinfecção  realizada pela Prefeitura com o uso de sabão em pó e hipoclorito de sódio 1%. Todos os pontos contaminados foram testados novamente pelos virologistas da UFMG, que não detectaram mais o RNA viral nas amostras. Ainda não há previsão de realização de um novo estudo com esse perfil.

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