O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), admitiu nesta Quarta de Cinzas que o esquema de segurança do Rio no Carnaval teve falha e que ainda precisa ser aprimorado. Ao ser questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre o grande número de ocorrências policiais, Pezão disse que "sempre dá para melhorar mais". E justificou: "Mas estivemos com o maior contingente dos últimos dez anos".
Em entrevista à Rede Globo, Pezão admitiu que o governo não estava preparado para o evento. "Houve uma falha nos dois primeiros dias e depois a gente reforçou aquele policiamento. Mas eu acho que houve um erro nosso. Não dimensionamos isso", disse.
Já o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse à reportagem que ainda não recebeu a avaliação da Secretaria de Segurança do Rio sobre o esquema. "Estive envolvido no Carnaval com a crise dos venezuelanos em Roraima", disse, referindo-se ao fluxo migratório naquele Estado.
No dia 12 de janeiro, Jungmann e Pezão deram uma entrevista sobre planos de segurança para o Carnaval do Rio. O ministro disse, na ocasião, que não era favorável ao apoio das Forças Armadas na segurança durante o evento porque "não há descontrole nem desordem no Estado". Jungmann argumentou que o Rio enfrentou grandes eventos recentemente, sem a necessidade de recorrer aos militares.
Jungmann descartou o uso das Forças Armadas depois de o prefeito Marcelo Crivella (PRB) anunciar que pediria o apoio. Por lei, porém, o reforço só poderia ser requisitado por Pezão, que declarou que não faria a solicitação.
"É muito justo que o prefeito se preocupe com a sua comunidade e efetivamente com o Carnaval, mas imagine vocês se nós viéssemos, por acaso, a atender solicitação do Rio, como é que ficaria a nossa posição diante de outras cidades, como Salvador, Recife, Olinda, Fortaleza e Natal, que também têm grandes carnavais e que, evidentemente, todos os prefeitos se preocupam com sua comunidade?", disse o ministro na ocasião.
Já Pezão afirmou, na época, que "existe um plano de segurança nosso que sempre existiu no Carnaval". "Em nenhum momento passou pela gente pedir Forças Armadas. A gente teve o réveillon com três milhões de pessoas aqui e a gente viu que não teve problema nenhum", disse.
Pezão passou o Carnaval em sua casa em Piraí, no sul fluminense. Já Crivella foi para a Europa e afirmou que decidiu "tirar uma folguinha". Em um vídeo, disse que o Carnaval estaria "sob o controle".
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