(HEULER ANDREY/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO)
O procurador do Ministério Público Federal (MPF), Carlos Fernando dos Santos Lima, disse, em entrevista na manhã desta sexta-feira (4), que a operação "Lava Jato" investiga cerca de R$ 30 milhões doados ao Institulo Lula e pagos à empresa Lils, responsável por negociar as palestras do o ex-presidente. De acordo com o procurador, seriam R$ 20 milhões para o Instituto Lula e R$ 10 milhões para a Lils.
Esses valores correspondem a 60% das doações recebidas pelo Instituto Lula de 2011 a 2014, por parte das empreiteiras Carmargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Oas. Já a Lils recebeu pagamentos dessas empreiteiras e também da UTC nesse período. Todas são investigadas na "Lava Jato".
O Ministério Público Federal (MPF), agora, irá investigar se há relação entre as doações e atos do governo federal que poderiam ter beneficiados essas empreiterias. "Hoje o que estamos analizando são evidências de que o ex-presidente e sua família recebiam vantagens. Existem ainda evidencias. Não há nenhuma conclusão neste momento, mas os indicativos eram suficientes apra deflagar a 24ª fase da "Lava Jato. Neste momento, o motivo é verificar se esses pagamentos feitos a eles são o quiproquó de benefícios alcançados no governo", afirmou Carlos Fernando.
O procurador disse que não há impedimentos legais para que o depoimento de Lula seja colhido. "Este é o momento de sermos republicanos. Não há ninguém isento de investigação nesse país". E completou: "nós não temos nenhuma motivação política. O que aconteceu hoje (sexta-feira, 4) foi apenas mais uma etapa da operação "Lava Jato".
Mudança
Carlos Fernando explicou que há ainda outra linha de investigação, que apura os valores pagos pela OAS a uma empresa de contêineres que armazena parte dos objetos retirados do Palácio do Planalto quando Lula deixou o cargo, em dezembro de 2010. O valor já teria algançado R$ 1 milhão.
Vazamentos
As informações de que Lula seria alvo da "Lava Jato" nesta sexta-feira (4) vazaram e muitos militantes, contra e a favor de Lula, estiveram na porta da casa do ex-presidente no ABC Paulista. O procurador lamentou ter havido vazamentos e disse que o MPF e a PF investigarão a origem.
Ele garantiu que não há vazamentos seletivos e que qualquer informação vazada atrapalha as investigações.
(Aguarde mais informações)
Assista a entrevista doletiva da Polícia federal e do Ministério Público federal sobre mais uma fase da "Lava Jato".