(RAYSA LEITE / AFP)
A Polícia Federal solicitou, nesta quinta-feira (20), prorrogação de prazo, por mais 15 dias, para a conclusão do inquérito policial que investiga o atentado contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), ocorrido no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. O pedido, no entanto, pode ser negado pela 3ª Vara Federal do município.
O adiamento investigativo é previsto em lei e busca garantir mais tempo para encerramento de "diligências indispensáveis à finalização do procedimento", como afirmou a PF, em nota.
Até o momento, o inquérito concluiu cinco laudos periciais e aguarda resultados de outros quatro, que estão em andamento. Além disso, acessou medidas cautelares, como quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático.
Desde o atentado, a investigação esteve nas cidades de Juiz de Fora e Pirapitinga, ambas na Zona da Mata, em Montes Claros, no Norte de Minas, em Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, além da capital mineira e Florianópolis, em Santa Catarina.
Ao todo, 38 pessoas foram entrevistadas e 15 depoimentos formais de testemunhas foram colhidos. No período, Adélio Bispo de Oliveira foi ouvido formalmente três vezes, tendo sido o último interrogatório realizado nessa terça-feira (18). A polícia também analisou dois terabytes de imagens.
Adélio Bispo
A reportagem entrou em contato com os quatro advogados de defesa do agressor para comentar a tentativa de prorrogação da investigação, mas as ligações não foram atendidas ou retornadas.
Nesta quinta (20) ou sexta (21), após autorização judicial, Adélio será examinado por um psiquatra contratado pela defesa na Penitenciária Federal em Campo Grande (MS), onde está preso.
A avaliação médica não tem peso processual, mas poderá servir de argumento para que a defesa do pedreiro, de 40 anos, faça novo pleito de instauração de incidente de insanidade - documento esse com validade jurídica.
O atentado
Bolsonaro foi atingido por uma faca enquanto fazia campanha em Juiz de Fora. O presidenciável está em recuperação no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O quadro do político é estável.
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