PGR pede cassação de deputado mineiro

Da redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
18/04/2017 às 19:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:11

Em um desdobramento da “Lava Jato”, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os deputados federais Luiz Fernando Faria (PP-MG) e José Otávio Germano (PP-RS) por corrupção passiva qualificada.

Além da condenação pelo crime, a denúncia oferecida no Inquérito 3991 pede a perda da função pública ou mandato eletivo dos dois parlamentares. Janot também quer a reparação dos danos materiais no valor de R$ 200 mil e “dos danos transindividuais na quantia de R$ 800 mil”.

Luiz Fernando Faria (PP-MG) e José Otávio Germano são acusados pelo pagamento de R$ 200 mil em espécie ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, para retribuir favorecimentos à empresa Fidens Engenharia em contratos e grandes obras na estatal. O episódio ocorreu entre 2010 e 2011.

Segundo a denúncia, os deputados federais marcaram reunião com Paulo Roberto Costa, então diretor da estatal, para relatar que a Fidens estava tendo problemas em participar de licitações maiores.

A denúncia narra que Paulo Roberto, “valendo-se da função pública que desempenhava, recomendou à Comissão de Licitações da Petrobras a inclusão da Fidens nos próximos convites, o que de fato aconteceu”.

A Fidens ganhou uma licitação para a construção dos prédios administrativos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e, tempos depois, venceu outra licitação, para construção da Refinaria Premium I, destaca Janot.

Na denúncia, o procurador-geral diz que Paulo Roberto “foi convidado a ir ao Hotel Fasano, no Rio de Janeiro, onde os deputados federais Luiz Fernando Faria e José Otávio Germano entregaram-lhe R$ 200 mil como um agradecimento pela contratação da Fidens pela Petrobras”.

Ainda segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), Paulo Roberto Costa “tinha o apoio político do Partido Progressista (PP), do qual fazem parte os dois deputados, para a manutenção de seu cargo”.

As informações fazem parte da colaboração premiada do ex-diretor da Petrobras, “com a indicação de elementos probatórios de suporte. Informações, depoimentos e provas colhidos ao longo da investigação constam da denúncia”.

A assessoria de imprensa do deputado Luiz Fernando Faria foi procurada por e-mail e telefone, mas não se posicionou até o fechamento desta edição.

Já no gabinete do deputado José Otávio Germano a secretária informou que o parlamentar está hospitalizado, em tratamento de uma crise de insuficiência renal, e por isso não ia se manifestar. (Com agência)

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