PIB dos EUA cresce mais que o esperado no 3º trimestre, mas desemprego não diminui

AFP
26/10/2012 às 17:46.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:35

WASHINGTON - A economia dos Estados Unidos cresceu 2,0% no terceiro trimestre de 2012, mais do que o esperado, mas em um nível insuficiente para permitir que o desemprego diminua, segundo a primeira estimativa oficial do Produto Interno Bruto (PIB) divulgada nesta sexta-feira (26). O número divulgado pelo Departamento do Comércio é levemente superior à média das previsões dos analistas, que projetavam uma taxa de crescimento de 1,9% para o período julho-setembro.

A 10 dias das eleições presidenciais disputadas entre o democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney, a taxa de crescimento oficial parece ter recuperado o nível do primeiro trimestre, mas continua abaixo do mínimo necessário (2,3 a 2 5%, segundo o Fed, banco central) para permitir a redução do desemprego. A taxa de desemprego nos Estados Unidos era oficialmente de 7,8% em setembro, o mesmo índice de quando Obama chegou à Casa Branca em janeiro de 2009. A situação da economia está no centro do debate eleitoral.

"Recebemos hoje uma nova série de notícias econômicas desalentadoras", afirmou Romney em comunicado: "Crescimento econômico lento é igual a crescimento lento do emprego e queda do salário real. É o resultado de quatro anos de presidência de Obama". A Casa Branca insistiu que a recuperação continua e foi registrado crescimento pelo "décimo terceiro mês consecutivo", apesar de reconhecer novamente que ainda há um longo caminho a percorrer para tirar o país da crise.

Contudo, o governo destaca que os números do PIB são "uma prova adicional de que a economia avança na direção correta". Segundo o Departamento do Comércio, o crescimento econômico foi sustentado no terceiro trimestre pelo consumo residencial, pelos gastos públicos - especialmente no setor de defesa -, assim como pelos investimentos em habitações.

O consumo das famílias garantiu 71% do aumento do PIB. Os gastos públicos militares registraram seu maior aumento em mais de três anos (13%) e explicam 0,6 pontos de crescimento no trimestre passado. O crescimento desacelerou, no entanto, para o comércio exterior e para o investimento privado, excluindo a habitação. Além disso, a queda das reservas agrícolas provocada pela seca que afeta, em especial, o centro do país desde meados de junho.

Para Nigel Gault, da assessoria IHS Global Insight, o crescimento avança apenas aparentemente. O aumento dos gastos públicos, que explica o aumento do crescimento do trimestre passado em relação ao anterior, "não se repetirá" e, "de forma geral, a economia recebeu apenas de um impulso frágil", destacou, considerando que o crescimento não deve superar os 2,0% no último trimestre do ano.

Seu colega Peter Newland, da Barclays Capital, tem uma opinião parecida. "Nada nos números do PIB faz pensar que a atividade se desvie, para bem ou para o mal, de um crescimento medíocre". A Universidade de Michigan anunciou nesta sexta-feira que seu indicador sobre a confiança dos consumidores subiu em outubro a seu nível mais alto em cinco anos, apesar de todas as incertezas sobre o futuro econômico do país.

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