"Picareta", "Transparente" e "Safado" são opções na urna

Você votaria no “Picareta”? Ou no “Safado”? Pois estes são nomes de candidatos que concorrem à uma vaga de vereador em Minas Gerais. Com os nomes de urna já aprovados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eles tentam assumir, pela primeira vez, vagas nas cidades de Bicas e Divinópolis, respectivamente.

O uso de apelidos é permitido pela Legislação Eleitoral. No ato do registro, os nomes são avaliados. O próprio candidato é quem escolhe como prefere ser apresentado.

É o caso do candidato Paulo Murilo de Oliveira (PTB), de 50 anos. Ele seria mais um com nome nas urnas da cidade de Bicas, na Zona da Mata, se não fosse por um detalhe: ele decidiu apostar no apelido. “Desde pequeno, sou conhecido como Picareta. Paulo tem vários”, afirmou. Segundo o TSE, em Bicas dois candidatos a vereador utilizam o nome Paulo.

Já o Safado (PSB) tenta se eleger em Divinópolis, na região Centro-Oeste. Aos 60 anos, Evangelista Ricardo abriu mão do sobrenome para acrescentar o apelido. “É um apelido de infância, quando eu morava em uma comunidade”, disse. Com bom humor, o candidato coloca o nome de urna também no slogan da campanha: “um safado que você conhece”.

Questionados sobre a possibilidade de ter a eleição comprometida por conta dos nomes, tanto Picareta quanto Safado acreditam que não serão prejudicados.

Estratégia

Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a candidata Clara Lúcia de Andrade (PSC) abriu mão do sobrenome e adotou um apelido de urna com a intenção de fazer associação com o primeiro nome dela. Clara Transparente, como é conhecida, tenta pela terceira vez ser vereadora na cidade.

“Quero fazer um mandato claro e transparente, sem nenhuma irregularidade. É uma promessa que faço. Quero ajudar os mais pobres”, afirmou. Ela admitiu que o apelido foi criado para chamar a atenção. “É uma estratégia pessoal. Antes, não tinha esse apelido”.