Picaretagem eletrônica

01/08/2016 às 21:33.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:06

Quanto mais tecnologia se aplica no automóvel, mais as técnicas de picaretagem se modernizam. No passado, as lojas de acessórios ofereciam toda a sorte de equipamentos mecânicos ou elétricos para reduzir consumo, aumentar desempenho e outras "mágicas".

Agora, os picaretas se adequaram à tecnologia eletrônica: os automóveis fabricados desde 2010 devem ter – obrigatoriamente-  debaixo do painel, perto da coluna de direção, uma caixinha retangular cheia de pininhos, onde se encaixa o cabo do computador quando o carro é levado à oficina para resolver algum problema. Os "pininhos" estão todos conectados à central eletrônica e fornecem informações valiosas para se diagnosticar possíveis irregularidades de funcionamento do motor.  A causa do problema pode estar em algum sensor da central, no catalisador ou algum outro componente eletrônico. Ele detecta também a emissão irregular, acima dos limites, de gases nocivos pelo escapamento.  O sistema é chamado de OBD, iniciais em inglês  de “On Board Diagnosis”: diagnóstico feito a  partir de informações disponíveis no painel.

Então, ao se encaixar o cabo do computador no OBD, surge na tela a descrição de possíveis defeitos e irregularidades e até quais componentes devem – eventualmente - ser substituídos para a correção do problema.

Pois não é que surgiu no mercado mais um “economizador”, desta vez mais sofisticado ainda pois deve ser encaixado no tal do OBD. Seu fabricante anuncia que o aparelho interfere na central eletrônica, altera a regulagem do motor e reduz em até 15% o consumo de combustível. Ele se chama ECO OBD2 e a revista Quatro Rodas teve a boa ideia de testá-lo na pista. Utilizou para tanto um mesmo carro e rodou com ele sempre no mesmo circuito, com e sem o aparelhinho, para se confirmar o que já se imaginava: nenhuma economia, o consumo foi exatamente o mesmo nas duas situações. Aparelhos “mágicos” não fazem mágica: fosse mesmo possível economizar combustível, claro que as montadoras seriam as primeiras interessadas em adotá-los.

Em termos econômicos, aliás, o único resultado efetivo e incontestável do ECO OBD2, é de reduzir em R$ 62,90 o saldo bancário de quem o adquire e aumentar o mesmo valor no saldo de quem o fabrica.

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