Piloto de avião é preso após intoxicação de crianças em Goiás

Clara Velasco - Folhapress
04/05/2013 às 13:07.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:24

  SÃO PAULO - O piloto do avião agrícola que despejou agrotóxico sob uma escola municipal em Rio Verde (GO), intoxicando 36 crianças e dois professores, foi preso nesta sexta-feira (3). Além de David Colpo, de 34 anos, também foram presos sob suspeita de crime ambiental o proprietário da empresa dona do avião, Ruy Alberto Textor, de 48 anos, e o responsável técnico Leandro Farina, de 37. Eles foram detidos em flagrante por suspeita de desrespeitar as normas do uso do agrotóxico.    No momento da emissão da "nuvem de inseticidas", 122 crianças estavam na Escola Municipal Rural de São José do Pontal. O incidente acabou intoxicando 36 crianças e dois professores, que foram hospitalizados com coceira, náuseas, dor de cabeça, formigamento e falta de ar. Todos foram liberados no período da tarde.    Segundo o delegado regional de Rio Verde, Danilo Fabiano Carvalho Oliveira, o agrotóxico usado, Engeo Pleno, é de uso exclusivo para lavoura de soja e deve ser aplicado por via terrestre. A plantação no local era de milho.    Ainda segundo o delegado, o agrotóxico foi aplicado muito próximo da escola -a menos de 20 metros-, quando a distância mínima recomendada é de 200 metros.    As crianças intoxicadas passaram por exame de corpo de delito. A depender dos resultados médicos, os responsáveis pela empresa poderão responder também por suspeita de crime de lesão corporal. Os três suspeitos prestaram depoimento e foram presos em flagrante logo em seguida.    Outro Lado    O advogado dos detidos, Aibes Alberto da Silva, disse que entrou com um pedido de pagamento de fiança na Justiça ainda ontem. "Entendemos que foi uma fatalidade, deve ter tido uma corrente de ar que jogou o produto na escola. Não é culpa da empresa", disse. Ele ainda defendeu que a própria empresa é responsável por definir se usa o agrotóxico por via aérea ou terrestre. Técnicos da Defesa Civil e da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) farão vistorias na escola para verificar se ela mantém sinais de contaminação e quando poderá ser reaberta.

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