Pimentel dá ao PSD secretaria que será extinta com reforma

22/06/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:59

Enquanto a reforma administrativa avança na Assembleia Legislativa, o governador Fernando Pimentel (PT) confirmou, ontem, uma secretaria para o aliado PSD. O escolhido foi o deputado estadual Fábio Cherem, apoiador do petista desde a campanha eleitoral de 2014, e a pasta destinada, nesse ato, foi a de Desenvolvimento Econômico, que está sendo extinta pela própria reforma, mas suas funções e ações serão incorporadas por outra secretaria, a de Ciência e Tecnologia.

A partir da sanção da reforma, Cherem poderá ficar nessa secretaria ou ser deslocado para outra, já que a de Ciência e Tecnologia é conduzida pelo secretário Miguel Correa (PT). O fato é que o PSD terá uma das 23 secretarias, que, com a reforma, poderá chegar a 26.

Os 18 projetos de reforma administrativa foram divididos em blocos. O primeiro vai incorporar seis deles, após substitutivo do líder do governo, Durval Ângelo, que considerou o agrupamento como o centro nevrálgico da mudança. Além da fusão das duas secretarias acima, está prevista a criação de outras duas, a de Administração Prisional e a de Segurança Pública, a partir da extinção da Secretaria de Defesa Social, e autorização para criação, por decreto, de mais três pastas, de caráter extraordinário e temporário (até o fim do atual mandato em 2018).

No mesmo substitutivo, a Ouvidoria Geral é mantida, mas vira órgão da Controladoria Geral do Estado. O Escritório de Minas em Brasília perde o status e vira órgão da Secretaria de Governo. De acordo com o líder do governo, além dos rearranjos, fica alterado o conceito de governança, que buscará, junto à maior eficiência nas políticas públicas de saúde, segurança e educação, participação popular a partir dos fóruns regionais.

As três secretarias extraordinárias serão destinadas a políticas específicas, mas ainda não foram definidas pelo governo. O destino da Imprensa Oficial não entra nesse primeiro bloco, mas a autarquia deverá mesmo ser extinta.

Com o alinhamento da bancada governista, o governo espera votar essa primeira fase, em turno único, até esta quinta-feira, após esgotar o processo de obstrução da oposição, que poderá, no máximo, atrasar a votação em oito horas. Não haverá acordo; a oposição, que tem menos de 20 votos, votará contra sob o argumento de que, além de não ter identificado maior eficiência, mais grave, também não registrou nenhuma economia com as mudanças. Ao contrário.

Respeito ao segundo mandamento

Com todo o respeito ao homem das cavernas, o pré-histórico deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) virou réu no Supremo Tribunal Federal por apologia ao estupro. Caso condenado, pegaria uma cana de 3 a 6 meses, mais multa. Não sei se chegará a tanto, mas alguém precisava dar-lhe, pelo menos, uma advertência. Afinal, ele não ofendeu apenas a honra da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), mas a dignidade da parte civilizada do país.

Bolsonaro ainda tem o descaramento de estar filiado ao Partido Social Cristão. Caso não adote atitude corretiva, pedagógica, o PSC, além de cúmplice, deveria retirar a denominação que o acompanha e o vincula a valores cristãos. De outra forma, é um pecado grave contra o segundo mandamento (não tomará seu santo nome em vão).

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