Pimentel executou só 35% dos projetos, diz coordenador de transição de Zema

A equipe de transição do governador eleito Romeu Zema (Novo) afirmou que a gestão atual executou apenas 35% dos projetos prioritários previstos para este ano. Além disso, gastou 51% do R$ 6,2 bilhões destinados a esses programas. 

Mateus Simões, coordenador do staff de Zema e vereador licenciado de BH, afirmou que a situação é preocupante, já que o primeiro ano de administração do novo governador será com orçamento apresentado pelo governador Fernando Pimentel (PT). 

“Certamente, no estado em que estamos recebendo esses programas, vários não serão cumpridos. Primeiro porque não vamos ter orçamento suficiente. Segundo porque estão tão atrasados que ainda que tivéssemos o orçamento inteiro do ano que vem, se não tivesse um déficit de R$ 20 bilhões, como aparentemente ele é, ainda assim faltariam recursos para executar esses programas”, enfatizou.

Simões também questionou o relatório do governo Pimentel em relação aos investimentos destinados à saúde. “Quando falamos de atenção à saúde, existia um orçamento de R$ 500 milhões. Foram gastos R$120 milhões, mas está no relatório que já foi executado 100%. Ou o orçamento foi muito malfeito, porque estamos com 65% de descasamento, ou não é verdade que 100% da meta foi alcançada”, afirmou. 

A análise das políticas públicas pela equipe de transição contou com a colaboração da Fundação Dom Cabral. 

Senhas
Mateus Simões criticou também o governo Pimentel, que decidiu não fornecer as senhas de acesso ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e ao Sistema Informatizado de Atos de Pessoal (Siasp) para a equipe de transição.

“Falar que temos muitos voluntários, o que impediria a entrega das senhas, é uma leviandade com a minha responsabilidade. É óbvio que a senha entregue a mim será utilizada por mim. O governo tem a obrigação moral de ceder as senhas, ainda que a lei não diga, porque daqui 40 dias é o governador Romeu Zema que assume o Estado, e ele não ter tido acesso aos sistemas é no mínimo estranho”, pontuou.

O governo atual ainda não se posicionou oficialmente sobre a análise divulgada pela equipe de transição de Romeu Zema e sobre o não fornecimento das senhas. Entretanto, em entrevista ontem, o secretário da Casa Civil, Marco Antônio Teixeira, afirmou que não tem obrigação de ceder as senhas para a equipe de transição.