'Pixuleco' é atacado durante protesto em frente ao Palácio das Mangabeiras

Giulia Mendes - Hoje em Dia
17/10/2015 às 13:33.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:06
 (Divulgação)

(Divulgação)

Cerca de 20 manifestantes de grupos contrários aos governos da presidente Dilma Rousseff e do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, protestaram no bairro Mangabeiras, região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã deste sábado (17). Eles inflaram um boneco gigante, batizado de "pixuleco", em frente ao palácio das Mangabeiras, residência oficial de Pimentel. O boneco do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário, em referência ao esquema de corrupção na Petrobras, foi atacado por dois jovens que não concordavam com o ato.

Eles teriam tentado atear fogo no boneco utilizando um sinalizador e uma garrafa contendo gasolina. Integrantes dos grupos "Patriotas" e "Brava Gente Brasileira", que organizaram o protesto, conseguiram deter os dois homens até a chegada da Polícia Militar. Um deles chegou a ser imobilizado pelos próprios manifestantes. Eles foram encaminhados para a 127ª Companhia de Polícia Militar, no bairro Serra, e negaram a participação no ataque.

Segundo um dos acusados, o ajudante de pedreiro e motoboy Thiago Alves, de 24 anos, eles estavam de passagem pelo local quando foram abordados pelos manifestantes. "Estávamos passando na hora do protesto quando parou uma moto ao nosso lado. Os ocupantes da moto deixaram a gasolina e o sinalizador lá e foram embora. Então os manifestantes vieram atrás de mim e me seguraram. Meu amigo ficou assustado e saiu correndo. Disseram que recebemos dinheiro de um partido político para atacar o boneco, mas não temos nada a ver com isso", disse.

Já o fundador do grupo "Patriotas", Julio Hubner, afirma que o detido estava prestes a lançar o sinalizador em direção ao "pixuleco" quando os manifestantes impediram a ação. "Um deles largou o balde e saiu correndo. Várias pessoas estavam em frente ao boneco, eles poderiam ter ferido gravemente quem estava lá", contou. "Foi um atentado assinado", disse, se referindo ao ataque como um pedido de algum político ou partido. "Assim como a gente, parece que até eles querem derrubar o ex-presidente Lula, mesmo que na forma de boneco", ironizou Hubner.

RESPOSTA

O ato realizado neste sábado foi uma resposta às representações protocoladas pelo PT Minas na Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público do Estado. O partido pediu abertura de investigação criminal contra os grupos que protestaram durante o velório do ex-presidente do PT nacional e ex-presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, morto no início deste mês em Belo Horizonte. O velório de Dutra foi marcado por ofensas ao PT. Manifestantes levaram faixas pedindo a prisão de Lula e uma pessoa ainda não identificada jogou panfletos na porta do local onde o corpo era velado com os dizeres "petista bom é petista morto".

"Fomos manifestar hoje para mostrar que não vamos parar por causa disso. Queremos o fim da corrupção e impeachment em níveis federal e estadual", ressaltou Silas Valadão, que também protestava em frente ao Palácio das Mangabeiras.

Em agosto, outro boneco gigante do ex-presidente Lula foi atacado durante protesto realizado em São Paulo. Uma pessoa contrária a manifestação furou o "pixuleco" e também foi levada pela polícia.

 

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por