Plano Diretor de Betim traz novo modelo de distrito industrial

Do Hoje em Dia
19/01/2013 às 08:17.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:47

O distrito industrial privado de Betim, que terá sua primeira indústria inaugurada dentro de três meses, é importante também para o desenvolvimento da capital, localizada próxima. A iniciativa do Grupo MRV, que decidiu investir R$ 500 milhões no empreendimento, ganhou forte impulso após a aprovação, em 2011, do novo Plano Diretor de Betim, uma proposta da então prefeita petista Maria do Carmo Lara. Esse plano permitiu que distritos industriais fossem instalados em áreas rurais.

O parque industrial da MRV, onde se instalou a nova fábrica mineira da Toshiba – a outra fica em Contagem –, vai ocupar área total de 6 milhões de metros quadrados. É quase quatro vezes maior que a do Distrito Industrial implantado em Betim, em 1975, pela Companhia de Distritos Industriais (CDI). Essa empresa do governo de Minas foi incorporada mais tarde pela Codemig, que atualmente possui 52 distritos industriais espalhados pelo Estado. Em Belo Horizonte, só um, lançado em 1986, na região do Barreiro – o Distrito Industrial Sócio Integrado do Vale do Jatobá.

Ele foi idealizado no final dos anos 1970 pelo governo de Minas, depois de verificar que a capital não tinha nenhuma área industrial específica. A ideia era conciliar, num terreno de 2,46 milhões de metros quadrados, áreas industriais e áreas habitacionais, visando ao barateamento do custo de produção. Não deu certo. Poucas indústrias se instalaram e, na área restante, ergueram-se favelas ou casas populares.

O interesse da iniciativa privada em investir em novas áreas industriais, com apoio de prefeituras, como ocorre agora em Betim, pode ser uma solução. Já houve alguns projetos nessa direção que deram certo, como se pode verificar em Nova Serrana, onde há pelo menos 20 anos foi lançado um grande loteamento destinado a indústrias de calçados, hoje praticamente todo ocupado por fábricas.

O novo Plano Diretor de Betim prevê a criação de três distritos industriais e a ampliação do Distrito Bandeirinhas. Só no do Grupo MRV há uma previsão de geração de 65 mil empregos pelas indústrias que ali se instalarem. Outra boa notícia é que da área total, 1,8 milhão de metros quadrados serão destinados à preservação da mata nativa. O projeto prevê ainda alameda arborizada e ciclovia, uma preocupação inexistente nos primeiros distritos industriais surgidos em Minas, quando não se entendia ainda a importância da preservação ambiental para a sobrevivência da indústria.

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