PMs são acusados de fraudar provas de morte de travesti

Estadão Conteúdo
23/06/2015 às 09:51.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:36

Dois policiais militares suspeitos de matar uma travesti na zona leste de São Paulo, no fim de semana, estão presos no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte. Ailton de Jesus, de 43 anos, e Diego Clemente Mendes, de 22, também são acusados de forjar provas e de prestar declarações mentirosas na delegacia para escapar da prisão.

Segundo a Polícia Civil, a travesti Laura Vermont, nome adotado por David Laurentino de Araújo, de 18 anos, foi a uma festa na Avenida Nordestina, na região da Vila Jacuí, na madrugada de sábado. Lá, brigou com outra travesti e ficou com ferimentos no rosto e em outras parte do corpo.

A abordagem

A Polícia Militar foi chamada e os dois agentes suspeitos tentaram apartar a briga. Laura escapou da abordagem, fugiu dirigindo o carro dos policiais, mas acabou batendo em um poste.

Em seguida, ainda de acordo com as investigações, teria sido alcançada e começou a ser agredida pelos PMs, que só pararam com a chegada da família da travesti, que a levou para um hospital próximo, onde morreu. De acordo com laudo do Instituto Médico-Legal, Laura levou pelo menos um tiro no braço da arma de um dos policiais envolvidos na ocorrência.

Inicialmente, os PMs contaram na delegacia que após fugir no carro oficial e bater em um poste, a travesti ainda bateu a cabeça contra um muro e, mesmo atordoada, saiu andando e bateu a cabeça em um ônibus.

Os PMs disseram que levaram Laura para o hospital. Eles apresentaram uma testemunha que, depois, confessou que teve de escrever em um papel o que iria dizer no depoimento para não prejudicar os policiais.

A farsa só foi descoberta porque a mãe de Laura ligou para a Corregedoria da PM e também localizou testemunhas que desmentiram os policiais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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