A Polícia Militar do Rio inaugurou nesta quinta-feira, 25, uma nova forma de atuação em manifestações durante mais um protesto realizado na rua onde mora o governador Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, zona sul do Rio. Além do Caveirão, do caminhão de jato dágua, apelidado de brucutu, e o Batalhão de Choque, situados dentro da barricada de grades na rua Aristides Espínola, do lado de fora, cem policiais fardados e identificados com grandes letras e números no colete integravam o novo destacamento de policiamento de multidão.
Eles circulavam sempre em grupos pelos manifestantes, revistando mochilas de alguns deles, com uma forma de abordagem elogiada até por advogados que acompanham as manifestações desde o início. "A partir de hoje, vamos atuar dentro das multidões para prevenir delitos e selecionar grupos que estão se aproveitando das manifestações para cometer crimes", disse o comandante do destacamento, Tenente Coronel Mauro Andrade. "O Batalhão de Choque não tem conseguido fazer essa seleção nas últimas manifestações", acrescentou.
Segundo o Coronel, os policiais do novo grupo participam do policiamento em estádios e são especializados em contenção física. "Observamos que havia uma lacuna e estamos tentando nos adaptar com essa nova iniciativa." Sobre a falta de identificação dos policiais pelos nomes, Andrade afirmou que "isso ainda não ficou pronto hoje, mas vai ficar."
A identificação alfanumérica é controlada pelo comando da tropa e qualquer denúncia pode ser feita a ouvidoria da polícia. "Até agora, é a primeira vez que a PM está agindo com inteligência, educação e sem truculência", disse a advogada Priscila Pedrosa Trisco, do grupo Habeas Corpus-RJ, que tem apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no acompanhamento do protesto.
Com o tempo frio e chuvoso no Rio, a manifestação não teve tanta adesão quanto as anteriores. Até as 19h30, o ato reunia cerca de 250 pessoas que começaram a percorrer as ruas do bairro. Mais uma vez, Cabral foi o principal alvo. Em pesquisa divulgada hoje pelo CNI/Ibope, o governador teve apenas 12% de aprovação.
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