Polícia desarticula quadrilha de jogo de bicho no Rio

Marcelo Gomes
29/08/2012 às 19:18.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:51

Pelo menos 18 pessoas foram presas, nesta quarta-feira, durante uma operação desencadeada pela Secretaria de Segurança e pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ), chamada Operação Catedral, para desbaratar uma quadrilha que explorava o jogo do bicho na região central e no bairro de São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro. Após oito meses de investigações, a Justiça do Rio expediu 24 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão. Ao todo, o MP-RJ denunciou 35 pessoas suspeitas de integrar o bando pelos crimes de exploração ilegal de jogo de azar, formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e violação de sigilo funcional.

Entre os denunciados estão Evandro Machado dos Santos, o Bedeu, de 53 anos, que seria o "bicheiro" chefe do grupo; e seu filho Alessandro Ferreira dos Santos, de 35. Os dois foram presos em suas casas, num condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade. bichoTambém foram denunciados o capitão da PM Anderson Luiz de Souza, e os sargentos da PM Marcos Aurélio das Chagas e Marcos André dos Santos, lotados no 5º BPM (Praça da Harmonia); e o inspetor da Polícia Civil Weber Santos de Oliveira, chefe do setor de investigações da 4ª DP (Central do Brasil).

"Estes denunciados formaram uma organização voltada para a exploração ilegal de jogo de azar não autorizado conhecido como 'jogo do bicho', atuando nas áreas dos bairros da Central do Brasil, da Gamboa, da Saúde e parte de São Cristovão. (...) Para a realização da atividade ilegal do jogo, a organização atua corrompendo agentes públicos, em especial policiais civis e militares, para que estes não realizem seu dever de ofício, ou seja, a repressão ao 'jogo do bicho'. Além disso, a organização conta com diversos integrantes, que, sem autorização legal ou regulamentar, usam armas de fogo para exercer a segurança dos chefes e dos 'pontos do jogo do bicho', bem como dar proteção ao transporte dos valores arrecadados com o jogo e que se destinam ao pagamento da corrupção", narra trecho da denúncia do MP-RJ.

Segundo as investigações, o lucro da quadrilha seria de R$ 170 mil por mês. Os bicheiros pagavam mensalmente R$ 30 mil em propina para policiais civis da 4ª DP e da 17ª DP (São Cristóvão) e para PMs do 5º BPM e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Providência, no centro da cidade. Foram interceptadas, com autorização judicial, mais de 180 horas de ligações telefônicas, feitas por 40 números diferentes. Após a prisão do chefe do setor de investigações da 4ª DP, a Polícia Civil afastou o delegado titular da unidade, Henrique Pessoa.
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