SÃO PAULO - As autoridades americanas prenderam seis dos 11 imigrantes que sobreviveram na última quarta-feira (16) quando sua embarcação afundou na costa de Miami Beach, acidente que matou quatro mulheres, sob acusações de tráfico de imigrantes e entrada no país depois da deportação. Entre os detidos estão o jamaicano George Lewis, que era membro da tripulação, e o capitão Naaman Davis, de Bahamas. Nenhuma das pessoas que viajavam a bordo da embarcação de 25 pés (pouco mais de oito metros) de comprimento tinha permissão para entrar nos Estados Unidos. As 15 pessoas da embarcação eram do Haiti, Jamaica e Bahamas. O bote virou a sete milhas ao leste de Miami na madrugada de quarta-feira. Um dos sobreviventes usou o telefone celular para pedir ajuda aos serviços de emergência, e a Guarda Costeira foi acionada. Quando a guarda conseguiu dar a volta na embarcação, encontrou os cadáveres das quatro mulheres e um homem "com convulsões", que tinha conseguido sobreviver ao encontrar uma "bolsa de ar". Na água, junto ao casco da embarcação, foram resgatados com vida 11 náufragos, nove homens e duas mulheres, uma delas adolescente, nenhum dos quais usava colete salva-vidas. "Um dos imigrantes interrogados afirmou que antes da chegada à costa, Lewis ordenou que contassem à Guarda Costeira que o capitão havia começado a nadar e não retornara", informa o jornal Miami Herald. Os seis homens detidos pelos serviços de imigração tentavam retornar aos Estados Unidos depois da deportação. O convênio migratório assinado entre os Estados Unidos e o Haiti em 1981 estabelece que todo imigrante ilegal haitiano interceptado pelas autoridades americanas deve ser repatriado, por isso é provável que esse seja o destino final dos imigrantes resgatados vivos. Os demais sobreviventes são quatro haitianos e um de Bahamas, segundo o canal local WPLG-ABC 10. No ano fiscal que terminou no dia 30 de setembro, a Guarda Litorânea interceptou em alto-mar um total de 508 imigrantes haitianos e 1.357 cubanos, destacou Fajardo, que informou que desde 1º de outubro já foram interceptados 93 haitianos e 117 cubanos.