Desde o início do jogo entre Argentina e Bósnia e Herzegovina, ocorrem confrontos na região do entorno do Maracanã entre manifestantes e policiais do Batalhão de Choque. Os dois principais ocorrem nas esquinas da Avenida Maracanã com Rua São Francisco Xavier e do Boulevard 28 de Setembro com Rua Gonzaga Bastos, na Tijuca. O Choque avançou pelo Boulevard 28 de Setembro, onde estavam cerca de 50 manifestantes. Uma banda, formada por manifestantes, tocava músicas como Robocop Gay, dos Mamonas Assassinas, e improvisou uma festa junina. "Olha a Justiça! É mentira!", provocam. Algumas pessoas foram revistadas e liberadas em seguida.
No primeiro confronto, manifestantes jogaram quatro coquetéis molotov. Um atingiu um transformador da rede elétrica e outro chegou próximo aos policiais. Outros dois não atingiram ninguém - um caiu num canal e outro, na rua. Os policiais militares usam bombas de efeito moral, de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. O clima era tenso entre manifestantes e policiais - manifestantes tentavam impedir com faixas a passagem de carros da polícia, e o Choque ameaçava atropelá-los.
No momento em que policiais ameaçaram atropelar três manifestantes que seguravam um cartaz, o estudante de administração industrial, Bruno Guimarães, de 30 anos, discutiu com um dos PMs. "O senhor é um desequilibrado", gritava o ativista. Os policiais conseguiram ultrapassar a barreira e deixaram o local, gritando: "Choque, choque, choque."
No Boulevard 28 de Setembro, os ativistas quebraram lixeiras e destruíram portas de vidro de pelo menos duas agências bancárias. Não houve confronto direto. A polícia lançou bombas e os ativistas se dispersaram.
Além da tensão com a PM, os manifestantes também enfrentam a animosidade de torcedores que assistem ao jogo em bares. Houve discussões, mas a reportagem não registrou agressão. Bares da 28 de setembro fecharam. Na Praça Varnhagen, próximo ao Shopping Tijuca, famílias com crianças reclamavam da ação da polícia, que jogou bombas para afastar os manifestantes, antes que tivesse havido confronto.
Eduardo Paes - Cinquenta pessoas estiveram reunidas em frente ao Centro Administrativo da Prefeitura, na Cidade Nova, para fazer o enterro simbólico do prefeito do Rio, Eduardo Paes. A atividade faz parte do ato "Fuera Paes", convocado pelas redes sociais, e que tem como mote a declaração do prefeito, segundo a qual ele se mataria caso a Argentina fosse campeã da Copa. "É para o carioca não ficar na dúvida se torce pela Argentina. A gente enterra logo o Paes", disse Tadeu Lemos, integrante do movimento Rua, criado em janeiro. Ex-moradores da Favela da Telerj, desocupada pela polícia em abril, participaram do ato.
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