Polícia Federal faz megaoperação na selva peruana para destruir plantações de coca

Fernanda Odilla - Folhapress
13/09/2013 às 11:35.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:22

BRASÍLIA - A Polícia Federal e a Polícia Nacional do Peru começaram na manhã desta sexta-feira (13) uma megaoperação para localizar e destruir plantações ilegais de coca e laboratórios de refino no território peruano.

A ação policial, que acontece na selva amazônica, está prevista para durar 30 dias e mobiliza aproximadamente cem policiais brasileiros e peruanos. A PF estima que será possível explodir laboratórios com capacidade de produção de até dez toneladas de cocaína por ano.

Essa é a terceira edição da operação Trapézio, uma parceria com o governo peruano que começou em 2010. Além de policiais, a PF oferece apoio logístico e informações de inteligência para a execução da operação.

A decisão de avançar ar fronteiras e destruir a plantação de matéria-prima e produção de drogas em países vizinhos foi tomada depois que a PF identificou que a atuação dos traficantes peruanos e bolivianos está cada vez mais perto do território brasileiro.

Estima-se que cerca de 54% da cocaína que entra no Brasil vêm da Bolívia e 38% do Peru.

"O tráfico tem que ser combatido além das fronteiras. Não há interesse na ação de traficante em nenhum dos lados. Ao destruir os laboratórios e as plantações ilegais, a droga não chega ao consumo e impedimos que o tráfico gire a economia dos dois países", afirma o delegado Cezar Luiz Busto de Souza, coordenador-geral de política de repressão às drogas da PF.

Outra operação

No ano passado, a PF deflagrou uma operação em Tabatinga (AM), batizada de Trapézio II, em referência à fronteira com Peru e Colômbia. Durante 15 dias, em solo peruano, policiais destruíram cem hectares de plantação de folha de coca, que gerariam mais de 700 kg de droga. A planta leva ao menos dois anos para crescer de novo.

Com a ajuda de agentes peruanos, colombianos e da DEA (agência antidrogas dos EUA), os brasileiros explodiram ainda laboratórios do tráfico.

"Vamos avançando no meio da selva e destruindo. Há construções primitivas, só com a folha de coca e uma bacia de água, mas há laboratórios sofisticados, com comunicação via satélite e até pipetas para promover reações químicas", explicou o delegado.

Além da produção, a polícia também fará pontos de controle de tráfego nos rios da região e vai fiscalizar o transporte de combustível na região.

Segundo o delegado Cezar Luiz Souza, o objetivo é evitar, de todas as formas, que a droga seja produzida e distribuída.

Missões em outros países, contudo, envolvem riscos. Em 2011, dois agentes foram mortos durante investigação na fronteira com o Peru. O traficante peruano responsável pelas mortes foi preso em 2011 pela PF e, na semana passada, o irmão dele, que havia assumido o comando da quadrilha, também foi detido.

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