Agentes da Polícia Federal e um oficial de Justiça chegaram na manhã desta quinta-feira ao Horto, no Jardim Botânico, zona sul do Rio para uma reintegração de posse. Eles cumprem decisão da 23ª Vara Federal, que determinou a reintegração de quatro casas na área do Jardim Botânico. Ali vivem sete famílias.
A desocupação das quatro casas está dentro de contexto maior - 620 famílias vivem no terreno do Horto Florestal, em casas doadas ao longo dos anos por sucessivas administrações do parque e também pelo Ministério da Agricultura.
O presidente do Jardim Botânico, Lizt Vieira, que já apresentou seu pedido de demissão, defende "alternativa digna de moradia" para as famílias, mas sustenta que as casas no terreno do parque contrariam interesses científicos e ambientais.
Os moradores se recusam a sair. Eles aguardam a regularização das famílias no local, defendida pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Os moradores têm o apoio do deputado federal Edson Santos (PT), ex-morador do local.
Entre os moradores que estão para ser despejados está o senhor Delton, de 71 anos, que vive no Horto desde que nasceu. "Ele não tem para onde ir. Simplesmente vai ficar na rua. A juíza está irredutível, não quer reconhecer que essas casas fazem parte do projeto de regularização fundiária que já está em curso em Brasília", afirmou Emília Souza, da associação de moradores.
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