Polícia Federal mira empresa mineira por fraude na Hemobras

Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia
10/12/2015 às 07:09.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:16

A Polícia Federal (PF) desmantelou nessa quarta (9) uma organização criminosa, com conexão em Minas, suspeita de ter desviado verbas da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras), estatal vinculada ao Ministério da Saúde.

Ao todo, 59 mandados judiciais foram cumpridos em Pernambuco, Minas, Piauí, Paraíba e São Paulo.

No município de Betim, na região Metropolitana de Belo Horizonte, o alvo da operação Pulso foi a empresa Expresso Minas Frio (EMF), suspeita de abocanhar contrato superfaturado com a Hemobras.

Conforme o Hoje em Dia apurou com fontes da investigação, a empresa mineira ganhou R$ 8 milhões para armazenamento de plasma. O contrato anterior, no entanto, era de R$ 800 mil. Por meio de nota, a Hemobras informou "que a empresa está colaborando com as investigações". Frisou também que as ações da operação Pulso da PF "não atrapalham o funcionamento da empresa nem o cumprimento dos seus prazos já estabelecidos na entrega de medicamentos em todo o território nacional".

Um dos principais alvos da operação Pulso é o médico Mozart Júlio Tabosa Sales, ex-ministro interino da Saúde do governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo a PF, Mozart foi afastado do cargo de diretor da Hemobras por suspeita de envolvimento com a quadrilha que direcionou licitações para desviar os recursos da Hemobras.

Mozart assumiu a pasta da Saúde em 2014, após a exoneração do então ministro Arthur Chioro. Antes de ocupar a cadeira de número um do Ministério, foi secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde e foi chefe de gabinete do ministro Alexandre Padilha, hoje secretário do governo do prefeito petista Fernando Haddad em São Paulo.

Rastreamento na conta da mulher de Mozart, indica, segundo a PF, que ela movimento R$ 1,6 milhão em 2014, quantia considerada atípica tendo em vista que ela recebe salário de R$ 8 mil.

Durante a gestão de Mozart foi criado o programa Mais Médicos, que prevê a contratação de médicos de Cuba.

A Hemobras tem a missão de alcançar autonomia tecnológica na produção de medicamentos derivados do sangue necessários para abastecimento de pacientes da rede pública de saúde brasileira.

Durante a operação percebeu-se que inúmeras amostras de sangue coletado que deveria ser transformado em medicamentos contra a hemofilia e outras doenças deixaram de ser fabricados em virtude de ter sido armazenado de forma inadequada tornando-se inapropriado para a produção dos medicamentos.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por