Adesões esquentam campanha em Belém

Carlos Mendes
19/10/2012 às 14:18.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:22

O governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), não aparece no horário eleitoral por carregar um índice de rejeição que supera 60%, mas mergulhou de cabeça na campanha de seu afilhado político, o também tucano Zenaldo Coutinho, que enfrenta Edmilson Rodrigues (PSOL) na disputa pela prefeitura de Belém. Jatene passou a fazer caminhadas ao lado de Coutinho, além de costurar uma aliança com candidatos e partidos derrotados no primeiro turno, incluindo o PTB, do atual prefeito, Duciomar Costa, que apoia o tucano.

O candidato tucano disse que as adesões representam o apoio a um projeto de mudança para melhor na saúde, no saneamento e, principalmente, na segurança pública. A cidade amarga a triste fama de ser a segunda mais violenta do país e a décima do mundo, de acordo com recente levantamento da Unesco. Segundo Coutinho, o único pedido feito pelos adesistas é de que os projetos por ele apresentados sejam incorporados em sua plataforma de governo caso seja eleito.

O Grupo Estado apurou que secretarias do governo de Jatene e uma divisão do bolo administrativo na prefeitura se Coutinho sair vencedor seriam o principal motivo de apoio dos adesistas. Um dos partidos, o PP do radialista Jefferson Lima, terceiro colocado no primeiro, chegou a cogitar o comando da Secretaria Estadual de Administração (Sead), mas Jatene disse não.

Rodrigues, que foi prefeito por duas vezes da capital paraense, entre 1997 e 2004, também recebeu a adesão de Alfredo Costa (PT), que amargou apenas 3% das intenções de voto no primeiro turno, além do PDT do deputado federal Giovanni Queiroz. O apoio do PT ao candidato psolista seria uma espécie de aliança contra um adversário em comum de ambos, o PSDB. Além disso, representaria uma espécie de abertura de portas em busca de recursos nos ministérios em Brasília se ele obtiver a vitória.

As adesões aos dois candidatos tornaram ainda mais tenso o clima entre eles. Há troca frequente de acusações. Na propaganda no rádio e na tevê, Coutinho afirma ser o "candidato da união e da paz", acusando Rodrigues de ser homem de "briga e confusão". O psolista rebate, dizendo que Coutinho, originário do antigo PDS, apoiou " a ditadura militar e o massacre de Eldorado dos Carajás". Rodrigues enfatiza que sua união "é com o povo e não com as elites" e garante ter experiência para administrar Belém, o que faltaria ao adversário.
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