Os 63 adidos militares do Brasil cumprem uma função estratégica: fazer a parte da política externa do País por meio de interesses comuns, na delicada área da Defesa. Não é o tamanho do poder de fogo dessas nações que determina a ação, é a capacidade de manter metas de segurança afinadas, agir conjuntamente nos colegiados internacionais e, ainda, abrir negócios. Há casos emblemáticos como o da Namíbia, na África. No fim do século passado, a nação de pouco mais de 2,2 milhões de habitantes, emancipada em 1990, procurava parceiros para montar uma pequena força naval.
O adido da Marinha identificou a oportunidade. Pouco tempo depois o governo brasileiro assinou um acordo bilateral de cooperação. Doou aos namibianos o navio patrulha Purus, desativado pela esquadra e reformado. Abriu o acesso às escolas de formação de oficiais - desde 2004 foram recebidos cerca de 400 alunos.
O governo de Windhoek comprou em estaleiros do Nordeste novos navios e lanchas. O bom relacionamento produz ali resultados de longo prazo: a Petrobrás mantém no país um programa de exploração das amplas reservas locais de óleo e gás. Segundo um diplomata do Ministério das Relações Exteriores, "o Brasil não projeta poder - o Brasil faz aliados, e os adidos são peças importantes do processo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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