O advogado Alberto Toron afirmou que o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) vai "se submeter" à decisão do Supremo Tribunal Federal (STD) se for decretada a sua prisão. Toron destacou que o tribunal está dividido em relação a dois dos quatro crimes imputados a seu cliente e disse ter ainda esperança de uma absolvição.
"Se for decretada a prisão, ele vai se submeter. Ele vai se submeter a qualquer decisão judicial", disse o advogado, ressaltando que só considera possível a expedição de eventual mandado após o trânsito em julgado, ou seja, após embargos que poderão ainda ser interpostos pela defesa.
Até o final da tarde desta quarta, existem cinco votos pela condenação de João Paulo pelos crimes de corrupção passiva e um peculato, relativo ao contrato com a SMP&B, faltando apenas um para se alcançar a maioria no STF. Há também três votos pela condenação e três pela absolvição em relação ao crime de lavagem de dinheiro, enquanto quatro ministros votaram pela absolvição e três pela condenação em relação ao peculato envolvendo a contratação da empresa IFT, de um jornalista que atuaria assessor pessoal do deputado.
O advogado destacou que na dosimetria proposta por Peluso, João Paulo seria enquadrado no regime semiaberto, no qual teria de se recolher a um presídio apenas no período da noite. Considerou ainda "natural" a perda do mandato em caso da decretação da prisão. João Paulo é o único dos 37 réus em julgamento que disputa as eleições deste ano. Ele é candidato a prefeito de Osasco.
O defensor criticou algumas afirmações de Peluso insistindo na inocência de seu cliente. "O ministro se apegou a dados circunstanciais equivocados". Toron afirma que o petista recebeu o dinheiro para pesquisas pré-eleitorais na região de Osasco (SP) e que não ajudou a SMP&B em licitação na Câmara.
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