Aécio admite enfraquecimento de impeachment, mas insiste no processo em 2016

Thiago Ricci - Hoje em Dia
19/11/2015 às 20:23.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:00
 (CARLOS HENRIQUE/HOJE EM DIA )

(CARLOS HENRIQUE/HOJE EM DIA )

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) admitiu nesta quinta-feira (19) que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) pleiteado em 2015 pelos tucanos pode ter perdido a força pela situação periclitante do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No entanto, o ex-governador mineiro afirmou que o processo de impedimento não está descartado para o ano que vem, quando terá, segundo o próprio, uma "tempestade perfeita".
 
"Pode ser que nesse primeiro momento, até em razão das denúncias sobre Eduardo Cunha, ele tenha perdido parte da condição de conduzir esse processo (impeachment)", respondeu, ao ser questionado, Aécio. O senador fez o cadastramento biométrico nesta quinta-feira ao lado do presidente do TRE-MG, desembargador Paulo Cézar Dias, no prédio do tribunal, em Belo Horizonte.
 
O ex-governador mineiro deixou claro que, na opinião dele, hoje existem elementos jurídicos e políticos para o impedimento de Dilma e que o governo da petista ainda não se livrou do risco de impeachment. "Vamos iniciar 2016 com a inflação acima de 10%, desemprego alcançando 10%, para jovens, em algumas regiões, 25%, juros na estratosfera... Essa tempestade perfeita está sendo armado para ano que vem. Se a Dilma não mostrar que tem condições de liderar o processo para a saída da crise, o governo dela está em crise".
 
Aécio Neves voltou a atacar Eduardo Cunha. "Pelo o que aconteceu nesta quinta-feira (o presidente da Câmara tentou anular sessão do Conselho de Ética), a sensação é de que ele perdeu as condições de conduzir a Câmara dos Deputados porque uma instituição da importância do poder legislativo não pode ser conduzida em função de interesses pessoais de quem quer que seja. Sentimento hoje unânime, coesa da bancada do PSDB é de que ele perde as condições de governabilidade".
 
Por fim, o senador se esquivou sobre projeções para as disputas municipais em Minas no próximo ano, em especial na capital mineira. Aécio disse novamente que da relação amigável que tem com o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), mas não sinalizou se o PSDB deve sair em uma coligação com o socialista.

DESASTRE EM MARIANA
 
Questionado sobre o desastre em Mariana, que completa duas semanas nesta quinta-feira, Aécio atribuiu "gravíssima responsabilidade" à Samarco, mineradora proprietária da barragem que cedeu e liberou rejeitos que devastaram o Rio Doce. "Ela é a primeira responsável e obviamente os órgãos de fiscalização também. Tem que responder por essa responsabildiade", afirmou.
 
O senador ainda insistiu para a aprovação do novo Marco da Mineração, que, segundo o tucano, poderia ter determinado "regras e exigências mais claras" para as empresas, além de definir uma receita maior às cidades exploradas pelas mineradoras.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por