(Flávio Tavares)
Confirmado na disputa do segundo turno das eleições presidenciais, no dia 26 de outubro, o candidato Aécio Neves (PSDB) põe hoje o pé na estrada para tentar tirar os votos da principal adversária, Dilma Rousseff (PT), a começar pelo Nordeste do país. O primeiro compromisso do dia será em São Paulo, onde define a nova agenda de viagens junto aos coordenadores da campanha.
“Não vou parar um minuto. Tenho um programa para o Nordeste, para o qual talvez tenha faltado tempo, mas não vou privilegiar uma região”, disse ontem em coletiva, no comitê de Belo Horizonte.
Na ocasião, Aécio homenageou o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente de avião em 13 de agosto. “Deixo minha homenagem a Campos, que foi abatido por uma tragédia. A ele, minha reverência”, afirmou.
O tucano tentou minimizar a derrota dele para a petista em seu Estado, Minas Gerais. Dilma teve 43,4% dos votos válidos dos mineiros e o tucano, 39,7%, segundo a Justiça Eleitoral. “Me sinto um grande vitorioso. Nas demais partes do Brasil (fora Minas) estou muito acima de qualquer expectativa, inclusive dos institutos de pesquisa. Dilma achou que ia ganhar no primeiro turno, mas quem ganhou foi o povo brasileiro, que acreditou na mudança”, acrescentou Aécio.
Marina
Sobre a sinalização de um dos padrinhos políticos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de que o PSDB buscaria o apoio da ex-senadora Marina Silva, que ficou em terceiro lugar na corrida pelo Planalto, Aécio disse que é preciso “aguardar” a definição dela. “Não tive contato com Marina. Sinto enorme respeito por ela, mas é preciso esperar que cada um tome o caminho que ache mais adequado”.
O tucano disse ainda que todo apoio será bem recebido e negou que tenha qualquer encontro com a viúva de Eduardo Campos, Renata, agendado em Pernambuco. “Sou cauteloso nessas horas”, destacou.
O presidenciável tucano também elogiou o papel do padrinho político Fernando Henrique Cardoso em sua caminhada. “Ele continuará a ter um grande papel na minha campanha. Estamos apenas na metade da travessia”.
Mineiros
Aécio citou os nomes do governador de Minas, Alberto Pinto Coelho (PP), do senador eleito, Antonio Anastasia (PSDB), com mais de 5 milhões de votos e de Pimenta da Veiga (PSDB), candidato derrotado ao governo pelo ex-ministro de Dilma, Fernando Pimentel (PT).
“Pimenta, infelizmente, não venceu as eleições, mas conduziu nossas bandeiras com dignidade. Ao nosso novo governador, desejo êxito”, disse Aécio
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O discurso do candidato, no entanto, não poupou o PT, que segundo o presidenciável, faz a “política do medo e do ódio”. “Minha campanha não é contra quem quer que seja. Será propositiva até o final. Não trato adversário como quem tenha que ser abatido. Não temos marcas de improviso, trazemos a competência”, comentou. “Passar o primeiro turno foi a vitória da mudança. Aqueles que estão no governo perderam pelo baixo resultado no primeiro turno, e porque o Brasil parou de crescer”.