Aliado diz que não há 'fato novo' que desabone Renan

Ricardo Brito
17/01/2013 às 18:09.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:44

O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), que vai assumir a liderança do partido a partir de fevereiro, afirmou nesta quinta-feira que o lançamento de candidaturas avulsas à presidência do Senado conferem legitimidade à escolha. Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) já admitiram a disposição de concorrer ao cargo contra Renan Calheiros, atual líder do PMDB e favorito para vencer a disputa. "A candidatura do Randolfe legitima um processo, que é democrático, que é uma escolha secreta", disse o aliado de Renan. Para ele, a presença de outros nomes aumenta o ambiente de debate no Senado.

O futuro líder do PMDB (que tem a maior bancada da Casa, com 20 dos 81 senadores), rejeitou a acusação de que a eleição de Renan Calheiros seria um "voto de cabresto", como foi levantada em manifesto divulgado pelo senador do PDT Cristovam Buarque (DF) na terça-feira (15). "Você acha que numa eleição secreta haja voto de cabresto?", questiona. "Quem tem voto, metade mais um, é vitorioso", sentencia.

Para Eunício Oliveira, não há um "fato novo" que possa desabonar a volta de Renan Calheiros ao comando do Congresso. Ele descartou qualquer possibilidade de crise com o retorno do aliado. "Não tem fato novo, absolutamente nada. Se tiver um fato novo, tudo bem, aí é diferente", disse. "Os fatos do passado são conhecidos e Renan foi julgado e absolvido por eles", completou.

Questionado sobre o fato de Renan Calheiros ainda ser alvo de investigação criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) pelas acusações que quase o levaram à cassação em 2007, como a de ter despesas pessoais pagas por um lobista de uma empreiteira, Eunício Oliveira disse que no Brasil se há uma percepção de que todo mundo que responde a "inquérito é bandido". "Ninguém espera o julgamento. Basta abrir o inquérito", criticou.

O peemedebista ponderou ser natural que uma pessoa que vá ascender a uma posição de destaque seja questionada. "O Henrique (Eduardo Alves, líder do PMDB e candidato a Presidência da Câmara) ficou três anos na Câmara, tranquilo, e, de repente, o mundo caiu sobre ele", afirmou, referindo-se as denúncias que o deputado federal tem sido alvo nos últimos dias. Ele exemplificou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff, o atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), entre outras personalidades políticas, passaram pela mesma situação.

Reservadamente, dois aliados de Renan Calheiros ouvidos pela Agência Estado nos últimos dias divergiram sobre quando o peemedebista vai lançar da candidatura dele. Um disse que o Calheiros poderá surpreender e oficializar seu nome já na semana que vem. Outro, entretanto, disse que ele deixará para o último momento, para não trazer à tona as acusações que envolveram o líder do PMDB cinco anos atrás.
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